ESTUDO INTERNACIONAL APONTA QUE 620 MILHÕES DE PESSOAS VIVEM SEM ELETRICIDADE NA ÁFRICA
O aumento do acesso a formas modernas de energia é crucial para acelerar o desenvolvimento econômico e social na África Subsaariana. De acordo com o Africa Energy Outlook, da Agência Internacional de Energia (AIE), mais de 620 milhões de pessoas na região, cerca de dois terços da população, vivem sem eletricidade. Segundo o economista-chefe da AIE, Fatih Birol (foto), o desenvolvimento econômico e social no local depende de forma crítica do setor energético. “Cada dólar adicional investido no setor de energia poderá impulsionar a economia em 15 dólares”, disse.
Segundo o relatório, um investimento adicional de US$ 450 bilhões no setor poderá reduzir as interrupções de energia pela metade e fazer a região alcançar o acesso universal de eletricidade em áreas urbanas. O documento ainda propõe maiores cooperação e integração regional, facilitando novos projetos de geração e transmissão em larga escala e permitindo uma maior expansão do comércio transfronteiriço, e melhor gestão dos recursos e receitas de energia, com a adoção de processos robustos e transparentes que permitam a utilização mais eficaz das receitas de petróleo e gás.
De acordo com a diretora executiva da AIE, Maria van der Hoeven, uma maior eficiência no setor é vital para garantir que os cidadãos da África subsaariana possam realizar suas aspirações. “O setor de energia está agindo como um freio no desenvolvimento, mas isso pode ser superado e os benefícios do sucesso seriam enormes”, disse. O investimento em energia na região vem crescendo, mas dois terços do total investido desde 2000 foi destinado a desenvolver recursos para exportação.
No cenário projetado, a economia local quadruplicará de tamanho até 2040, enquanto a população duplicará e a demanda por energia crescerá cerca de 80%. No entanto, o consumo energético per capita continuará muito baixo e o uso generalizado de lenha e carvão vegetal persistirá. Quase um bilhão de pessoas ganhará acesso à energia elétrica, mas, por causa do rápido crescimento populacional, mais de meio bilhão de continuará sem. A demanda por derivados de petróleo dobrará até 2040, para 4 milhões de barris por dia.
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