AKER VAI APRESENTAR PRIMEIRO SISTEMA DE COMPRESSÃO SUBMARINA DO MUNDO À PETROBRÁS | Petronotícias




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AKER VAI APRESENTAR PRIMEIRO SISTEMA DE COMPRESSÃO SUBMARINA DO MUNDO À PETROBRÁS

A Aker Solutions está desenvolvendo um projeto pioneiro no mundo, para a Statoil – em parceria com a Shell -, em que a compressão será feita no solo submarino, seguindo a linha recente de novas tecnologias pensadas para grandes profundidades, e pretende apresentar o sistema inovador para a Petrobrás. A empresa vê o Brasil como um mercado extremamente promissor, que representa 7% do faturamento global da companhia, e é atualmente o país onde ela mais investe no mundo, com cerca de R$ 300 milhões já comprometidos para os próximos anos. O presidente da Aker no Brasil, Luis Araujo, conversou com o repórter Daniel Fraiha e estimou que a empresa vá triplicar seu tamanho ao longo dos próximos cinco anos no país.

Vocês pretendem apresentar o sistema de compressão submarina no Brasil?

Estamos trazendo o modelo dele. Temos um protótipo já feito, em testes, que deve ser instalado no Mar do Norte até o final do ano. É um projeto da Statoil, com a Shell, e será o primeiro sistema submarino de compressão de gás do mundo. A Petrobrás tem um interesse muito grande em aprender um pouco dessa técnica. Vamos fazer um seminário ainda neste semestre para poder dividir a tecnologia com eles.

Como deve funcionar o sistema?

Existem vários campos no mundo, principalmente de gás, como também temos aqui no Brasil, que são distantes da costa, então você teria que construir a plataforma para atuar naquele local, mas com o sistema submarino você não precisa dela. Pode bombear o sistema de gás a uma distância grande, diretamente do solo submarino, como já fizemos em terra no passado, então essa é uma tecnologia nova que está sendo criada.

A Petrobrás já demonstrou interesse?

Ela já foi à Noruega para conhecer. Até hoje no mundo a ideia da fábrica subsea ainda é uma coisa nova, embrionária. Apesar de a Petrobrás já ter instalado o primeiro sistema de separação de água e óleo, o protótipo, que infelizmente não foi com a gente, nós tivemos outros projetos de separação instalados, e esse de compressão é o primeiro sistema do mundo.

Como está vendo o mercado brasileiro?

Começou bem esse ano, com um backlog (carteira de pedidos) bom. O mercado brasileiro é um dos maiores do planeta e a Aker está investindo mais no Brasil do que em qualquer lugar no mundo. No momento temos R$ 300 milhões comprometidos aqui, sendo R$ 200 milhões só na nova fábrica de Drilling em Macaé, e acredito que vamos anunciar mais alguma coisa em breve.

Como vê a política de conteúdo local?

Estamos comprometidos com a Petrobrás há muitos anos e acreditamos em conteúdo local. Acho que a tradição da Aker, como empresa norueguesa, de um país que desenvolveu grandes tecnologias quase do zero com a ajuda da política de conteúdo local, facilita o entendimento. Além disso, a Petrobrás esteve com a gente lá na Noruega – pessoas de alto nível da empresa – para mostrar os planos ao nosso conselho. Então é fácil falar para eles que o Brasil precisa de investimentos, precisa criar empregos, adquirir conteúdo local. Não é um mercado onde você vai chegar e fornecer tudo de fora, tem que ter uma responsabilidade social.

A maioria do quadro da Aker no país é composta por brasileiros?

Nossa empresa é assim. Estamos aqui há muito tempo, temos 1.400 pessoas trabalhando no Brasil, e 99% dos funcionários são brasileiros. Os pouquíssimos estrangeiros que fazem parte do nosso quadro estão em posições muito chaves. E temos brasileiros lá fora, sendo treinados, trabalhando lá. Inclusive temos mais brasileiros trabalhando lá fora do que estrangeiros aqui dentro.

Tem projetos de capacitação aqui?

Não temos a intenção de importar gente e sim desenvolver localmente. Para citar alguns exemplos, temos parcerias com universidades em vários estados, como no Paraná, em Florianópolis e no Rio de Janeiro – com a Coppe -, além de termos participações em escolas técnicas. Sempre buscamos aumentar essas parcerias. Também temos programas especiais de trainee.

Como funcionam?

Tem um programa especial que eu gosto muito. São selecionadas de 10 a 20 pessoas do mundo todo, para ficarem dois anos circulando pelas áreas da empresa. Elas passam seis meses em cada lugar, divididas entre as unidades de Houston (EUA), do Brasil, da Noruega e da Malásia, e depois escolhem o lugar para ficar, ocupando geralmente um cargo de liderança. Até brinco que eu gostaria de ter tido essa oportunidade quando era novo, porque na minha época o jovem engenheiro era aquele que fazia tudo o que ninguém queria fazer, agora ele faz o trabalho que todos gostariam de fazer.

Muitos brasileiros buscam o programa?

Para você ter uma ideia, na última edição, dos 10 selecionados – a partir de 5 mil inscritos –, cinco foram do Brasil. Inclusive temos uma brasileira, a Marla, de Macaé, que ganhou o prêmio de jovem talento na Noruega. É um orgulho nosso.

Quais as regiões do país mais promissoras para a empresa?

Acho que você não pode ficar fora do Rio de Janeiro hoje em dia, porque é o centro pulsante do óleo e gás, então estamos fortes aqui e estamos aumentando nossa presença e nossa engenharia no Rio. Devemos mudar para um escritório maior no Rio em breve. Vamos ficar perto de uma grande operadora.

E Santos?

Estamos atacando Santos, mas nossos clientes de perfuração estão todos em Macaé. Lá é um ponto de serviço. Acho que no futuro podemos pensar em outras localidades, como Santos e Espírito Santo, mas por enquanto conseguimos atender a todos de Macaé. É difícil sair de lá.

Quanto o Brasil representa para a Aker?

Hoje o Brasil representa 7% do faturamento e 5% do corpo de funcionários da Aker no mundo. Apresentei recentemente minha visão para a conferência global dos gerentes da empresa de que a Aker vai triplicar de tamanho daqui a cinco anos.

Como é o plano de crescimento?

Estamos investindo na parte de perfuração e subsea. Agora temos o primeiro contrato, para as sondas da Jurong, e ainda tem muitas outras para disputa. Estamos trabalhando pesado para conseguir mais contatos. A perfuração é uma área onde já temos 33 sondas com equipamento nosso no Brasil, que vieram de fora do país, e elas precisam de serviço. Nossa área de serviços é muito forte em Rio das Ostras e Macaé. Para essa expansão, estamos aumentando o quadro de pessoas. Apenas na área de perfuração temos 112 pessoas no país hoje, entre técnicos e engenheiros, e vamos crescer para 750 pessoas em um período de aproximadamente dois anos e meio. É um desafio enorme e um dos grandes riscos de qualquer negócio: pessoas.

Quais são as áreas de atuação mais interessantes para a Aker?

Há cinco áreas muito promissoras, mas o grande potencial está em perfuração e subsea. Os planos da Petrobrás preveem que em 2020 cerca de 50% das sondas de perfuração em águas profundas do mundo estarão no Brasil, então haverá uma demanda muito grande. Além de toda tecnologia e equipamentos envolvidos, uma área em que apostamos muito é a parte de intervenção submarina, porque será necessária para reduzir o tempo de sonda.

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