ALACERO PREVÊ EXCESSO DE OFERTA DE AÇO NO MERCADO ATÉ 2025, QUE PODE SALTAR ATÉ QUASE 650 MILHÕES DE TONELADAS
Ministros e representantes de alguns países que se reuniram no Fórum Global sobre Excesso de Capacidade de Aço (GFSEC), em Paris, emitiram uma declaração considerada alarmante: o excesso de capacidade global de produção de aço deve aumentar significativamente até 2025, atingindo a cifra de 644 milhões de toneladas, além da produção mundial que bate os 2 bilhões de toneladas. Para medir a relevância desses dados, a produção anual de aço bruto na América Latina é superior a 60 milhões de toneladas. A China responde pela metade da produção mundial e experimentou a maior expansão de capacidade nos últimos anos. Em termos de capacidade produtiva, globalmente, o setor atingiu um total de 2,463 milhões de toneladas em 2022. A produção efetiva, por sua vez, atingiu 1,885 milhão de toneladas, o que deixou um superávit produtivo de 578 milhões de toneladas. Esses dados revelam a significativa capacidade do setor em atender à demanda global.
No entanto, a China se destaca como o principal player do setor. Com uma capacidade produtiva de 1.150 milhões de toneladas e uma produção efetiva de 1.018 milhões de toneladas em 2022. A China gera um excedente produtivo de 132 milhões de toneladas. Isso representa 54% da produção mundial e expressivos 22,8% do superávit produtivo mundial. A influência da China no mercado global é inegável, demonstrando sua posição dominante na produção e atendimento da demanda. Desta forma, o setor desempenha um papel fundamental na economia dos países e é geradora de empregos diretos e indiretos de qualidade (de quase 1.400.000 na América Latina). Por sua vez, o aço é a espinha dorsal da manufatura e construção e é um insumo fundamental para outros setores econômicos estratégicos, incluindo infraestrutura, mineração, energia e transporte.
A Alacero, instituição que reúne as principais empresas de aço na América Latina, dirigida por Alejandro Wagner, diz que o excesso de capacidade global foi impulsionado por vários fatores, como intervenções governamentais que distorcem os mercados e a concorrência, inclinando o campo de atuação para produtores ineficientes, incentivando práticas comerciais desleais e desfavorecendo a produção eficiente e sustentável. Neste sentido, constitui a maior ameaça à viabilidade a longo prazo desta indústria crítica, num momento em que necessita de estabilidade de mercado e saúde financeira para inovar e transitar para um futuro sustentável.
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