ALACERO REGISTRA UMA DESACELERAÇÃO NA MÉDIA DE PRODUÇÃO DE AÇO NA AMÉRICA LATINA
Desacelerou a produção de aço na América Latina. Os dados da Alacero, Associação Latino-Americana do Aço, confirmam essa informação e indicam que, em junho de 2023, a produção de aço bruto foi 14,8% inferior à de junho anterior, totalizando 4,6 milhões de toneladas, e 7,4% inferior à de maio de 2023. No acumulado dos primeiros seis meses de 2023, a produção ficou 8,9% abaixo do mesmo período do ano anterior. E quando analisado por trimestres, o segundo trimestre de 2023 ficou 10,4% abaixo do mesmo período do ano anterior e 0,3% abaixo do trimestre anterior. Foi o trimestre mais baixo desde o terceiro trimestre de 2020, apontam dados da Alacero. Quanto à produção de laminados, em junho de 2023 foi de 4,2 milhões de toneladas, dado 9,8% inferior a junho de 2022 e 6,8% inferior ao mês anterior. As cifras são explicadas pelos aços planos, que caíram 9,7% no mês, aços longos com 4,5% a menos e os tubos sem costura 2,6% abaixo do mês anterior. Já no primeiro semestre de 2023, o desempenho ficou 4,0% abaixo do mesmo período do ano anterior. E, quando analisado de forma trimestral, o segundo trimestre de 2023 ficou 5,4% abaixo do mesmo período do ano anterior e 1,5% abaixo do trimestre anterior. Foi o trimestre mais baixo desde o quarto trimestre de 2022.
Quanto aos setores consumidores de aço, o comportamento dos principais deles, em maio de 2023, alguns mostram sinais modestos de melhoria e outros permanecendo em terreno negativo. No entanto, em comparação com os registros de abril, há uma melhoria geral em todos os segmentos. O setor da construção se recuperou em maio e saiu do vermelho. A atividade avançou 2,2% a/a durante o quinto mês do ano, o primeiro registro positivo desde agosto de 2022. A melhoria na região foi impulsionada pelo bom desempenho do México (+9,2% a/a) e da Colômbia (+2,1% ao ano). No entanto, os demais países retrocederam na comparação anual: Peru e Chile lideraram as quedas, com 11,0% e 8,5%, respectivamente (em ambos os casos com contrações mais profundas do que em abril de 2023), seguidos por Argentina (-2,9%) e Brasil (-2,5%). Apesar da leve melhoria apresentada durante maio de 2023, a produção industrial permanece em um contexto de estagnação desde setembro de 2022. A atividade manufatureira cresceu 1,0% a/a no quinto mês do ano e não consegue sair da sequência de altos e baixos pela qual passa desde o início do ano. O desempenho regional foi impulsionado pelo México e Brasil (ambos com avanços de 1,9% a/a) e, em menor medida, pela Argentina (+1,1%). A expansão desses países foi contraposta pelos recuos do Peru (-15,6% ao ano), Chile (-1,2%) e Colômbia (-1,0%).
Dentro da indústria, o setor automotivo continua sendo o mais dinâmico, embora tenha se desacelerado recentemente. A produção avançou 3,7% a/a em junho de 2023, moderando seu desempenho em relação à taxa de crescimento de dois dígitos de maio de 2023 (+16,7% a/a); no sexto mês do ano, México e Argentina cresceram (+16,0% a/a e +10,6%), mas a expansão foi reduzida pela queda do Brasil (-7,1% a/a, acumulando 8 meses de altos e baixos na comparação anual).
A produção de maquinário, por sua vez, permaneceu no vermelho, embora tenha reduzido o ritmo de queda anual (-0,3% em maio de 2023, em comparação com -5,5% em abril de 2023) devido ao bom desempenho do Chile (+13,6%), México (+3,5%), Peru (+2,9%) e Colômbia (+2,2%). Por fim, a fabricação de aparelhos de uso doméstico também reduziu sua contração (-1,5% a/a em maio contra -4,3% a/a no mês anterior), embora não tenha conseguido sair do terreno negativo no qual está praticamente imersa de forma contínua desde agosto de 2021; a expansão de 7,7% a/a no Brasil não foi suficiente para compensar a queda nos demais países.
Com relação ao comércio de produtos laminados, em maio de 2023 as importações totalizaram 2,4 Mt, 12,2% acima de maio do ano anterior e 5,2% superior ao mês anterior. Nos cinco primeiros meses de 2023 ficou 0,3% abaixo do mesmo período do ano anterior, com 10,9 Mt total. As exportações, por sua vez, somaram 3,5 Mt no acumulado dos primeiros cinco meses de 2023, número que ficou 26,2% abaixo do mesmo período do ano anterior. Na comparação mensal, com 596,4 mil toneladas exportadas em maio de 2023, ficou 37,1% abaixo do mesmo mês de 2022 e 9,5% inferior ao mês anterior.
Com relação ao consumo de laminados, em maio de 2023 foram consumidas 6,2 Mt, valor que é 3,2% superior ao mês de maio anterior e 4,8% superior ao mês anterior. Destaque para os tubos sem costura, que aumentaram 26,4% no mês, enquanto os produtos longos aumentaram 6,6% e, por sua vez, os aços planos com 2,9% a mais. Com 29,6 Mt totais, os primeiros cinco primeiros meses de 2023 trouxeram um número de 1,1% acima do mesmo período do ano anterior.
Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero, aponta as razões, em sua opinião, sobre esta desaceleração média global: “Incertezas globais e problemas estruturais marcam o cenário da economia na América Latina. A produção caiu, mas o consumo continua perto de 0 a 1% e há duas explicações para isso: um ajuste de estoque com plantas produzindo menos e exportações fracas. Esses indicadores nos mostram que o resto do ano será igual, a recuperação definitiva está prevista para 2024. As indústrias continuam a se desenvolver, mas, cada vez mais se faz essencial o nearshoring para seguir a recuperação dos setores consumidores de aço.”
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