ALDEMIR BENDINE, DO BANCO DO BRASIL, DEVE ASSUMIR PRESIDÊNCIA DA PETROBRÁS
Ao que parece, ainda não foi dessa vez que a Petrobrás terá um presidente desvinculado de influências políticas, como vinha esperando ansiosamente o mercado. A presidente Dilma Rousseff despistou as especulações e escolheu o atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para substituir Graça Foster à frente da companhia. Apesar de estar ligado ao setor financeiro, não era um dos nomes aventados e também parece não ter agradado aos investidores, já que as ações da estatal começaram a cair fortemente com os primeiros rumores da escolha dele.
O anúncio ainda não foi oficializado e a discussão sobre sua indicação ainda está acontecendo na reunião de Conselho da companhia, mas pelo país o nome de Bendine já correu como fogo de palha. Ele é ligado ao ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, e trará consigo outro executivo do Banco do Brasil, Ivan Monteiro, atual vice-presidente de finanças da instituição, para ocupar a diretoria financeira da estatal. As outras diretorias ainda serão definidas a mando dele.
O maior desafio do novo presidente vai ser resgatar a credibilidade da Petrobrás dentro e fora do País. A empresa está parada, sem assinar novos contratos, sem conseguir convencer o mercado ou a indústria de que tem um plano firme de reestruturação, e toda a cadeia de óleo e gás, assim como as áreas influenciadas por ela, vem sofrendo dia a dia os efeitos disso. Grandes empresas, associações, fornecedores e trabalhadores assistem atônitos e ansiosos essa novela que ninguém sabe o final. A ele caberá tentar reagrupar essas pontas e convencer a todos de que a forma de lidar com a Petrobrás será diferente daqui para frente. O maior risco disso é já chegar desacreditado. Quando a reação da bolsa e da indústria já começa cética, esse difícil caminho se torna ainda mais árduo.
O executivo vinha ocupando a presidência do Banco do Brasil desde abril de 2009 e em novembro chegou a ser cogitado para assumir a presidência do BNDES no lugar de Luciano Coutinho, outro dos citados como um dos prováveis escolhidos para comandar a Petrobrás nos últimos dias.
Bendine tem graduação em administração de empresas é funcionário de carreira do Banco do Brasil, nascido em Paraguaçu Paulista (SP) em 1963, e é conhecido como Dida. Começou a carreira em uma agência do Banco do Brasil em sua cidade natal em 1978, como estagiário, e foi efetivado como funcionário do banco em 1982, por meio de concurso público.
Sua trajetória passou ainda por diversos cargos internamente no banco, sendo gerente em Piracicaba (SP), assessor na Superintendência II de São Paulo, gerente-executivo da Diretoria de Varejo do BB (Soluções do mercado de cartões para o segmento corporativo), e secretário-executivo do Conselho Diretor do BB, chegando a vice-presidente do setor de Varejo do banco em dezembro de 2006.
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