ALEMANHA ABANDONA A GERAÇÃO NUCLEAR MAS AVANÇA NAS PESQUISAS DE RADIOFÁRMACOS

FRAMAHá poucos dias os alemães celebraram o primeiro ano sem estar gerando de energia de origem nuclear, mesmo pagando mais caro e importando energia principalmente da França, que tem 85 % de geração nuclear garantindo a energia do país. A Alemanha diz que saiu da geração nuclear de energia, mas está mergulhada na experiência em manter o processo de industrialização para a fabricação de um combustível monolítico de molibdênio-urânio (U-Mo) para o reator de pesquisa FRM II da universidade. Para isso, a francesa Framatome e a Universidade Técnica de Munique (TUM) vão fabricar em conjunto este   combustível monolítico. A Framatome disse  que este combustível pouco enriquecido, se beneficiará da maior densidade de combustível de urânio já realizada na Europa para operações de reatores de pesquisa. O FRM II de 20 MWt, em operação desde 2005, é uma das fontes mais eficazes e modernas de nêutrons de alto fluxo do mundo. O reator não é usado para gerar eletricidade, mas para fornecer uma fonte de nêutrons para uso industrial e científico. Seus nêutrons também são usados para produzir radioisótopos médicos e paraFRAMA 1 dopagem de silício de alta pureza para a indústria de semicondutores.  O reator possui uma instalação para teleterapia de tumores malignos usando nêutrons rápidos.

No entanto, o FRM II utiliza atualmente combustível enriquecido com mais de 95% de urânio-235 para gerar o seu denso fluxo de neutrons – e esse urânio altamente enriquecido (HEU) é visto como um risco de proliferação nuclear. A TUM acordou com o governo alemão e o Estado da Baviera – que financia o reator – em trabalhar no sentido de o converter num combustível com menor enriquecimento quando um combustível adequado estiver disponível. Esta é também uma condição francoisda licença de operação do reator, emitida em 2003. O U-Mo monolítico é o único combustível que pode permitir que o reator funcione conforme pretendido, usando um baixo enriquecimento de menos de 20% de urânio-235, de acordo com a TUM. Isto é possível devido à alta densidade de urânio no combustível, disse Framatome.

A irradiação do primeiro protótipo monolítico de placa de combustível U-Mo está programada para o final de 2024. François Gauché(foto a esquerda), Vice-Presidente da CERCA, lembrou que  “Trabalhamos neste projeto desde 2019 e estamos orgulhosos decris comemorar este importante marco com o nosso clientes. Nossas equipes enfrentaram o desafio de desenvolver um combustível de alta tecnologia para atender às necessidades dos reatores de pesquisa e garantir sua sustentabilidade. Agora estamos prontos para levar isso ao próximo nível e fabricar este combustível inovador.”

Christian Pfleiderer( foto a direita), diretor científico do FRM II, disse que “O FRM II e a Framatome trabalham desde 2019 para estabelecer uma linha de produção europeia de combustível U-Mo monolítico. O trabalho árduo das nossas equipas valeu a pena. Este novo combustível é a garantia de um fornecimento fiável e sustentável de neutrões para investigação e inovação.”

3
Deixe seu comentário

avatar
2 Comment threads
1 Thread replies
1 Followers
 
Most reacted comment
Hottest comment thread
2 Comment authors
O EngenheiroApontador Recent comment authors
  Subscribe  
newest oldest most voted
Notify of
Apontador
Visitante
Apontador

Enquanto isso, na banana ensolarada, lunáticos propõem gastar muitos bilhões de dólares em usinas nucleares.

O Engenheiro
Visitante
O Engenheiro

Quem dera…

O Engenheiro
Visitante
O Engenheiro

Acabar com a geração nuclear por puro “ideologismo” para importar mais caro da França ou queimar combustíveis fósseis. A Alemanha se perdeu mesmo.