ALEMANHA DECIDE PARAR DE COMPRAR PETRÓLEO RUSSO A PARTIR DO FINAL DO ANO
A Alemanha vai parar de importar petróleo russo até o final do ano, mesmo que a União Europeia não concorde com uma proibição em toda a UE em seu próximo conjunto de sanções. Os esforços para fechar acordos com fornecedores alternativos estão progredindo e o governo está confiante de que pode resolver os problemas logísticos remanescentes nos próximos seis a sete meses. Com os ministros das Relações Exteriores da União Europeia reunidos em Bruxelas hoje (16) para discutir a próxima rodada de sanções, diplomatas da UE adiaram a proibição gradual do petróleo depois que a Hungria se opôs, dizendo que a medida seria muito prejudicial para sua economia.
O chanceler alemão Olaf Scholz (foto principal) quer levar adiante seu plano nacional de penalidades da Europa à Rússia pela invasão da Ucrânia. A participação da Rússia no consumo de petróleo alemão já caiu para 12%, de cerca de 35% antes da guerra na Ucrânia, segundo o Ministério da Economia em Berlim. Os desafios restantes incluem obter petróleo alternativo suficiente para uma importante refinaria do leste da Alemanha que depende muito do petróleo russo através do chamado oleoduto Druzhba e é operado pela Rosneft. As autoridades alemãs estabeleceram que um antigo oleoduto ligando Rostock e Schwedt pode ser usado, mas seu tamanho relativamente pequeno significa que só poderia cobrir cerca de 60% da capacidade total da refinaria. As autoridades estão trabalhando para aumentar a pressão da bomba do oleoduto e modernizar a infraestrutura para que mais petróleo possa chegar a Schwedt (foto a direita).
A planta de processamento de petróleo em Schwedt, que garante o abastecimento de combustível para o aeroporto internacional de Berlim, a maioria dos postos de combustível na capital e no estado vizinho de Brandemburgo, precisará trazer entregas alternativas através do porto báltico alemão de Rostock. Também está em consideração a cobertura da demanda de combustível do aeroporto de Berlim de uma refinaria diferente, possivelmente na Baviera. O petróleo não russo para Schwedt viria inicialmente de uma reserva nacional perto do porto de Wilhelmshaven, de onde seria enviado pelo Canal de Kiel para Rostock e de lá pelo oleoduto reforçado até a refinaria.
As sanções petrolíferas e segurança energética devem estar no topo da agenda, quando Scholz viajar para a Holanda para conversar com o primeiro-ministro holandês Mark Rutte na quinta-feira (19) e receber o emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, em Berlim, na sexta-feira (20). A Shell suspendeu a venda de sua participação na refinaria de Schwedt e está conversando com o governo alemão sobre sua participação depois de concordar no ano passado em vendê-la para a Rosneft. A proposta da UE visa proibir o petróleo bruto nos próximos seis meses e os combustíveis refinados no início de janeiro. Hungria e Eslováquia terão até o final de 2024 e a República Tcheca até junho de 2024 para cumprirem. Todos os três dependem fortemente do petróleo russo. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban (foto à direita), sugeriu que qualquer proibição do petróleo precisaria ser discutida pelos líderes da UE em uma cúpula. A próxima está marcada para o final do mês.
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