ALEMANHA INVESTE QUASE TRÊS BILHÕES DE EUROS PARA ADQUIRIR TERMINAIS FLUTUANTES DE GNL
A Alemanha liberou quase 3 bilhões de euros para adquirir terminais flutuantes de importação de gás natural liquefeito (GNL), disse o Ministério das Finanças, Christian Lindner, enquanto busca afastar-se da dependência do gás russo. “A dependência das importações de energia russa deve ser reduzida de forma rápida e sustentável. Os terminais flutuantes de GNL dão uma importante contribuição para isso, para o qual devemos fornecer financiamento”, afirmou Lindner. Um total de 2,94 bilhões de euros foi disponibilizado para o arrendamento dessas enormes embarcações transportadoras de GNL. A Europa, e a Alemanha em particular, está contando com o GNL para reduzir sua dependência das importações russas após a invasão da Ucrânia por Moscou.
Cerca de 20 países exportam esse gás liquefeito que é transportado por navio e cujos três maiores fornecedores são Austrália, Catar e Estados Unidos. Os terminais móveis, conhecidos como Unidades Flutuantes de Regaseificação de Armazenamento (FSRU), permitem converter o GNL transportado por um navio-tanque em gás e injetá-lo na rede de dutos. A guerra na Ucrânia concentrou a atenção no gás liquefeito (GNL) para substituir os suprimentos russos que chegam via gasoduto. Alemanha, França e Itália planejam alugar ou adquirir terminais flutuantes especiais para aumentar a capacidade de importação. Na semana passada, os países europeus anunciaram esforços ampliados para se livrarem do gás russo.
A Rússia é um grande produtor de combustíveis fósseis e respondeu por cerca de 45% das importações de gás da União Europeia no ano passado, mas o bloco está sob pressão para impor sanções às importações de petróleo e gás de Moscou. Nos últimos anos, a Alemanha importou uma média de 55% de seu gás da Rússia por meio de gasodutos terrestres. Essa participação foi reduzida para 40% no final do primeiro trimestre de 2022, em favor de maiores importações da Holanda, Noruega e GNL, segundo o ministério da economia. Ao contrário de vários países europeus, no entanto, a Alemanha não possui um terminal terrestre para processar o gás liquefeito importado. Por enquanto, conta com terminais em outros países da UE, o que limita sua capacidade de importação. O governo está considerando, em conjunto com parceiros privados, o aluguel de três ou quatro navios que seriam posicionados nos portos do Mar do Norte ou do Báltico para esse fim. Algumas dessas instalações podem estar em operação no próximo inverno, no fim do ano. O governo não considera realista poder prescindir do gás russo antes de meados de 2024.
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