ALEMANHA PLANEJA CONSTRUIR UM TERMINAL DE REGASEIFICAÇÃO PARA IMPORTAR GÁS DOS ESTADOS UNIDOS
A decisão alemã de apoiar a construção de um terminal de gás natural liquefeito ocorre depois que os Estados Unidos pressionaram a Europa para comprar mais gás com os americanos, muito embora não há garantia de que um terminal alemão de GNL importe exclusivamente gás norte-americano. O governo alemão está planejando apoiar financeiramente a construção do primeiro terminal de gás natural liquefeito (GNL) do país. O porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, disse que “investidores privados estão estudando a construção de um terminal de GNL em vários locais potenciais e o governo está estudando opções de financiamento sob os programas federais existentes”. O comentário veio em resposta a um relatório do Wall Street Journal que afirma que o governo alemão decidiu financiar parte da construção de um terminal de GNL de 575 milhões de dólares no norte da Alemanha. O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou duramente a União Europeia, e especialmente a Alemanha, por sua dependência do gás natural russo.
Em julho, o presidente da Comissão Européia, Jean-Claude Junker, prometeu que o bloco quantidades significativas de GNL dos Estados Unidos como uma concessão para esfriar uma possível guerra comercial. A ira da administração Trump foi particularmente direcionada à decisão de Berlim de construir o gasoduto Nord Stream 2, que levará o gás russo sob o Mar Báltico à Alemanha. A Rússia é o principal fornecedor de gás para a Alemanha, seguida pela Holanda e Noruega. No entanto, a Holanda encolheu rapidamente a produção nos últimos anos e, no ano passado, pela primeira vez desde a década de 1950, tornou-se um importador líquido de gás. Um terminal de GNL seria necessário para importar gás natural americano, que é extraído por “fraturamento” de óleo de xisto. A Alemanha não possui terminal de GNL. A Espanha tem sete, o Reino Unido seis, a França quatro, a Itália três e a Holanda, Grécia, Portugal, Bélgica, Polónia e Lituânia, tem um.
O porta-voz de Merkel disse que qualquer decisão de construir um terminal de GNL seria independente da pressão dos EUA e “baseada no interesse da Alemanha e da Europa em ter uma infraestrutura diversificada, segura, competitiva e acessível para as importações de energia”. Isso significa que um terminal alemão de GNL poderia importar gás dos principais exportadores de GNL, como o Qatar, a Austrália, a Malásia, a Nigéria, a Indonésia, a Argélia e até a Rússia. A Europa comprou cerca de 10% das exportações de GNL dos EUA no ano passado.
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