ALEMANHA PODE INVESTIR EM TERMINAL DE GNL PARA FUGIR DA DEPENDÊNCIA DO GÁS DA RUSSIA
A Alemanha está fazendo das tripas coração para não depender apenas do gás da Rússia. O governo alemão pensa em fazer de um cais no Mar Frísio, atualmente utilizado por uma indústria química, um píer que poderia se tornar o endereço do primeiro terminal de gás natural liquefeito no país. Wilhelmshaven, é uma cidade portuária de 80 mil habitantes, está entre as poucas candidatas para um projeto apoiado pelo governo. Esse projeto que abriria a maior economia da Europa para o gás natural liquefeito. Criado a partir do resfriamento do gás natural até chegar na sua forma líquida, o combustível é comercializado globalmente, como o petróleo. O GNL é embarcado em navios especializados que podem atracar em qualquer lugar que conte com um terminal e um sistema de distribuição com uma capacidade substancial de inserir para inserir o gás na rede de abastecimento do país.
Para a Alemanha, maior consumidora de gás natural na Europa, um terminal de GNL ofereceria uma alternativa ao gás que chega pelo gasoduto da Rússia, seu maior fornecedor, e daria ao país uma alternativa para poder receber combustível do Catar, dos Estados Unidos ou de outros lugares. A empresa alemã de energia Uniper e outras companhias têm considerado construir uma unidade de processamento de GNL em Wilhelmshaven há décadas. Faz tempo que a Alemanha depende do gás natural da Rússia, da Noruega e de outros países. O gás que chega por gasoduto tende a ser mais barato do que o GNL, que tem custos mais elevados de processamento e transporte. Mas há crescentes motivos para a Alemanha explorar o GNL como alternativa.
Em 2009, uma disputa de preços ocasionou uma interrupção de quase duas semanas nos envios da Rússia. E a Holanda, outro grande fornecedor da Alemanha, encara um prospecto de diminuição na produção de um campo de gás natural próximo da fronteira alemã por causa de terremotos causados pela exploração do gás. O presidente os Estados Unidos, Donald Trump, também se inclinou na direção da Europa, e também da Alemanha, para exportar gás dos depósitos americanos de xisto, que produziram um excedente de combustível que está fluindo para as exportações na forma de GNL.
A Uniper está analisando compromissos de outros fornecedores para desenvolver as instalações, assim como um potencial apoio do governo. Ele estimou o custo do projeto entre € 500 milhões e € 650 milhões. A oposição de ambientalistas ao GNL poderia crescer, como já ocorreu em outros portos. O Mar Frísio é uma área única de planícies de lama e águas rasas, e ambientalistas afirmam que instalar um terminal lá poderia causar poluição, e os grandes navios poderiam danificar o fundo do mar. Alguns ativistas também questionam se a Alemanha – que parou com a fragmentação hidráulica, técnica que injeta água em poços de gás para quebrar as rochas e aumentar a produção – deveria construir um terminal para importar gás produzido com esse processo. Se seguir a cabeça de ambientalistas, a Alemanha pode repetir o mesmo erro, quando decidiu sair da geração nuclear de energia. Hoje, o país paga mais do que o dobro pelas mesmas tarifas de energia.
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