ALERTA SOBRE RISCO DE FALTAR DIESEL NO PAÍS A SEIS MESES DA ELEIÇÃO ACENDE LUZ VERMELHA NO GOVERNO E CRIA DESCONFIANÇAS

A carta enviada ao ministério de Minas e Energia  pelo presidente da Petrobrás, José Mauro Coelho, alertando para os graves riscos de desabastecimento de óleo diesel no país, acendeu um sinal vermelho no governo federal. As reservas brasileiras duram apenas 20 dias o que pode criar um grave problema no segundo semestre, justamente perto das eleições. Um desabastecimento de óleo diesel poderia criar sérios problemas para a candidatura do Presidente Bolsonaro. Na carta, o atual presidente demitido fala sobre o nível baixo dos estoques e diz que é o menor desde 2018. O Brasil importa óleo diesel das refinarias americanas. O governo Bolsonaro já teve três presidentes diferentes na Petrobrás, mas justamente agora, a poucos meses da eleição presidencial, esse risco é revelado. Será que Castelo Branco e o General Silva e Luna não foram informados pelo staff da companhia?

José Mauro lembra que a pressão sobre o mercado de diesel pode ser ainda maior em função de aumento sazonal de demanda no segundo semestre, menor disponibilidade de exportações russas decorrente das sanções impostas ao país desde o início da guerra na Ucrânia. Diz ainda que o segundo semestre é a temporada dos furacões e que isso poderia prejudicar ainda mais o abastecimento porque há sempre o risco das refinarias pararem de produzir eventualmente neste período. A temporada de furacões está perto de começar.

O alerta é importante porque confirma e deixa claro um erro estratégico da companhia porque as nossas refinarias não são capazes de produzir diesel suficiente para atender as necessidades do mercado brasileiro. Além de dependente do exterior em cerca de um terço de sua demanda, o Brasil  tem a perspectiva de superar o recorde de consumo de óleo diesel registrado em 2021. Na carta, José Mauro revela que “as refinarias da estatal estão operando próximo de sua capacidade máxima e não poderão abrir mão das paradas técnicas de manutenção previstas para os próximos meses. A Petrobrás entende que há elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022.”

O presidente da Petrobrás sugere que o MME e a ANP avaliem ações para dar segurança ao abastecimento. Essas ações poderiam passar por medidas de salvaguardas em setores estratégicos, programas de redução no uso do óleo diesel e adoção de alternativas de importação emergencial. O incrível é esta informação estratégica só chegar ao governo agora.