ALEXANDRE SILVEIRA DIZ QUE VENDA DA ELETROBRÁS FOI CRIME DE LESA-PÁTRIA E PROMETE REFORMA DO SETOR ELÉTRICO EM 90 DIAS

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a criticar hoje (27) o processo de privatização da Eletrobrás. Após participar de um evento em São Paulo, ele classificou a venda da companhia como um “crime de lesa-pátria”. O ministro também  ressaltou que o formato da venda foi injusto.

“Não há como o brasileiro não reconhecer o dano e o crime de lesa-pátria que foi o modelo de privatização da Eletrobrás. É fácil de explicar isso: nós temos hoje acionistas que têm menos de 10% da empresa, mas que têm o controle da Eletrobrás. O povo brasileiro [governo] tem 44% da empresa e não tem nem representatividade no conselho. Uma desproporcionalidade gravíssima”, disse Silveira.

O ministro também anunciou hoje que o governo tem planos de apresentar uma proposta de reforma regulatória para o setor elétrico brasileiro em até 90 dias. O objetivo, segundo Silveira, é “proteger” os consumidores regulados e reduzir os custos que atualmente recaem apenas sobre eles. Para alcançar esse objetivo, o governo pretende separar os custos relacionados à rede de distribuição do valor cobrado pela energia elétrica em si.

“Nós queremos renovar o equilíbrio do setor elétrico brasileiro. Temos vários caminhos para isso. O certo é que a gente tem que proteger o consumidor regulado e criar caminhos para separar o fio da geração. E fazer isso de forma equilibrada”, afirmou. Silveira também explicou que o governo tem a possibilidade de encaminhar a proposta de reforma por meio de um novo projeto de lei. Outra alternativa é propor mudanças no PL 414/2021, que já se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados.

“Nós temos grandes oportunidades no setor elétrico, tanto para investidores nacionais como internacionais, mas nós não podemos fazer isso às custas de aumentar a conta de energia do consumidor ativo, que normalmente é o consumidor pobre, que não consegue colocar energia na sua residência, e está arcando com a maior parte dessa conta”, concluiu.