ALEXANDRE SILVEIRA VAI ATÉ DUBAI E FAZ ACORDO COM EMPRESA ÁRABE PARA MAPEAR AS RIQUEZAS MINERAIS DO BRASIL
Do jeito que a nossa economia está, deve mesmo ser difícil encontrar algum empreendedor brasileiro que queira investir em mapeamento geológico e explorar as jazidas minerais, muitas ainda desconhecidas. Talvez por isso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi até o Oriente Médio para anunciar um investimento de R$ 8 bilhões pela mineradora saudita Ma’aden, que fará um mapeamento geológico no Brasil. A informação foi confirmada após a participação de Silveira na abertura do Future Minerals Forum, nesta terça-feira (14), em Riade, na Arábia Saudita, depois de uma reunião com o ministro da Indústria e Recursos Minerais saudita, Bandar Alkhorayef. A empresa saudita deve abrir um escritório em São Paulo no próximo ano.
“A Ma’aden vai se instalar em São Paulo com um escritório pela primeira vez. Isso abre uma perspectiva de recursos muito vultuosos; falaram em algo em torno de R$ 8 bilhões para mapeamento geológico no Brasil. Nós sabemos que carecemos muito de conhecer melhor o nosso subsolo para pesquisa e para parcerias com o setor mineral brasileiro, a fim de que possamos fazer o aproveitamento sustentável e adequado do subsolo brasileiro, porque não há transição (energética) sem mineração”, afirmou o ministro após abertura do Fórum. Alexandre Silveira destacou o trabalho para a consolidação de parcerias estratégicas com países do Oriente Médio para o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias brasileiras voltadas ao processamento de minerais estratégicos, essenciais para a transição energética global. O mesmo trabalho, segundo ele, tem sido feito com os setores de petróleo e gás.
Durante a abertura do Fórum, que reúne as principais empresas globais de mineração, o ministro brasileiro ressaltou a importância dos minerais para a transição energética e defendeu o fortalecimento da governança global em torno da pauta. “É fundamental que a gente fortaleça o multilateralismo, a ONU, fóruns como esse e a governança global. Estaremos juntos na COP 30, no Brasil, discutindo toda a cadeia para a transição energética e a mineração sustentável, economicamente viável e segura, garantindo suprimento dos minerais críticos para a nova economia, a que nós acreditamos que fora dela não há salvação, que é a economia verde. Acreditamos que, além da sustentabilidade, a transição energética é uma oportunidade ímpar para a economia, para que ela seja justa, inclusiva e equilibrada”, destacou Silveira. Para o ministério, “A parceria entre os países visa não apenas ampliar a exploração sustentável de minerais estratégicos, mas também promover uma transição energética justa e inclusiva alinhada às práticas globais de sustentabilidade.”
NEGOCIAÇÕES COM A SAUDI ARAMCO
O ministro de Minas e Energia também esteve em conversas com a empresa estatal petrolífera Saudi Aramco para com o objetivo de buscar a cooperação e a transferência de conhecimento tecnológico em inteligência artificial, descarbonização da operação de óleo e gás e estudo sismológico do fundo do mar.
“Acabamos de anunciar, na última semana, que a indústria de petróleo e gás no Brasil foi a que mais contribuiu com o PIB nacional, mais de 10 bilhões de reais arrecadados, graças a uma indústria que é cada vez mais descarbonizada. E isso é que é importante, nós buscarmos no mundo mecanismos, tecnologias, como eu acabei agora de acordar com a Saudi Aranco, a passagem de tecnologia para descarbonizar a produção de petróleo no mundo”, disse Silveira.
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