ALEXANDRE SILVEIRA PEDE DIÁLOGO COM O IBAMA SOBRE MARGEM EQUATORIAL E LULA COBRA INVESTIMENTOS DA PETROBRÁS

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu hoje (19) a construção de um diálogo com o Ibama para a liberação da licença para a perfuração de poços exploratórios da Margem Equatorial. Segundo ele, a avaliação dos recursos petrolíferos na região, que se estende entre os litorais do Amapá e do Rio Grande do Norte, é fundamental para a soberania nacional. As declarações aconteceram durante a cerimônia de posse da nova presidente da Petrobrás, Magda Chambriard. O ministro lembrou ainda que esta deve ser a grande última fronteira exploratória no offshore brasileiro.

“A Petrobrás do Brasil tem sim que proteger o meio ambiente. Ela tem que ter compromisso social. É isso que está na nossa Constituição cidadã. A Petrobrás e o povo brasileiro têm que promover uma transição energética justa e inclusiva. Vamos sim construir uma política com diálogo junto ao Ibama, um caminho ambientalmente seguro para conhecer e dar o direito ao povo brasileiro de conhecer suas riquezas”, declarou Silveira. “Devemos conhecer o potencial dessa que talvez seja a nossa última fronteira de óleo e gás antes da consolidação da transição energética, que ninguém sabe”, acrescentou.

Como se sabe, a Petrobrás pretende perfurar um poço no bloco FZA-M-059, na Bacia da Foz do Amazonas, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas. Em maio do ano passado, o Ibama rejeitou o pedido de licença da Petrobrás para perfuração no bloco FZA-M-059, na costa do Amapá. A petroleira fez um pedido de reconsideração e aguarda até hoje a resposta do órgão ambiental.

O ministro também ressaltou o papel do petróleo no abastecimento de energia ao longo dos próximos anos, mesmo com a transição energética. Ele disse que ainda vamos depender de fontes fósseis e, por isso, é importante aumentar suas reservas de hidrocarbonetos. “Devemos conhecer o potencial. Como disse, isso é fundamental até para sermos autossuficientes. Lembrando também que parte dos impostos e dos royalties do petróleo vão para o Fundo Social, para financiar saúde e educação”, finalizou Silveira.

LULA COBRA INVESTIMENTOS

Após Silveira, foi a vez do presidente Lula discursar. Sem citar a questão da Margem Equatorial, o presidente relembrou do sucesso das políticas de seus governos anteriores no âmbito da indústria naval, que chegou a empregar mais de 80 mil pessoas no país. Ele também criticou a Lava Jato, dizendo que a operação prejudicou a indústria nacional e tentou destruir a imagem da Petrobrás. O presidente defendeu que a estatal seja lucrativa, de modo que possa fazer mais investimentos no país e pegar mais impostos e dividendos aos acionistas.

“Ninguém quer que nenhum acionista tenha um centavo de prejuízo. Se investiu, tem direito a ter seu retorno do investimento. Ninguém quer isso. Ninguém quer que a Petrobras seja uma empresa deficitária, que ela perca dinheiro. Não”, pontuou. “Eu quero a Petrobrás uma empresa lucrativa. Quanto mais lucro, mais investimento e mais impostos vai pagar, e mais o Haddad vai ficar feliz com o dinheiro para poder o Tesouro ajudar os prefeitos e os estados”, acrescentou.

Por fim, Lula fez uma projeção do papel da Petrobrás no processo de transição energética. “Mesmo quando o petróleo não for mais motivo da existência da Petrobrás, ela será uma empresa de energia. Ela vai refinar o nosso biodiesel. Ela pode produzir hidrogênio verde. Ela pode produzir uma série de outras coisas e, agora, pode ajudar o país a enfrentar essa guerra da Rússia com a Ucrânia, ajudando a gente a recuperar a fábrica de fertilizante que a gente tanto precisa para recuperar esse país”, declarou.