ALTUS QUER AMPLIAR EXPORTAÇÃO DE SISTEMAS PARA A EUROPA | Petronotícias




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ALTUS QUER AMPLIAR EXPORTAÇÃO DE SISTEMAS PARA A EUROPA

A Altus, que este ano fechou dois grandes contratos com a Petrobrás (de R$ 115 milhões e R$ 25 milhões), está com um plano de expandir as exportações para a Europa este ano. A empresa quer que seu sistema de controle Nexto seja levado a muitos países do mercado exterior, além de buscar parcerias na área de energia eólica. O diretor de integração de sistemas da Altus, Fábio Gustavo Eidelwein, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou os planos da companhia para 2012.

Quais são os planos para 2012?

As atividades programadas são a produção dos sistemas já contratados e a consolidação de vendas. Estamos com várias negociações em andamento para ampliar a exportação, que hoje representa um número muito pequeno, mas será um dos nossos focos de expansão em 2012. Há dois anos lançamos o sistema Nexto, que é uma plataforma de controle, com seis linguagens de programação, alta capacidade de processamento e memória, além de uma tecnologia de montagem muito avançada, e agora queremos levá-lo para outros países, com bastante interesse no mercado europeu.

Como será feita a exportação?

Através de parcerias comerciais. Estamos em negociação para fechamento delas no início do primeiro semestre do ano. Além disso, o fato de termos assinado os contratos com a Petrobrás em 2011 vai aumentar a amplitude de novos mercados em óleo e gás. Este ano teremos o desafio de consolidar todos esses contratos e ampliar a nossa atuação nos mercados. O ano de 2012 é um marco para nós, pois vamos completar 30 anos, então estamos chegando a uma idade de consolidação de um trabalho sério e árduo, para mostrar ao mundo que somos uma empresa de ponta, com tecnologia avançada e condições de brigar de igual para igual com qualquer outra empresa do mundo.

Como foi o ano de 2011 para vocês?

Foi um ano marcante para a Altus. A empresa já fornece para o segmento de óleo e gás há 20 anos, e em 2011 tivemos a concretização do que vem se fazendo nesses anos de trabalho. Fechamos dois grandes contratos com a Petrobrás, para entregar os sistemas de controle para 10 plataformas, sendo oito para o pré-sal e dois para as plataformas P-58 e P-62, que vão atuar na Bacia de Campos. Vamos fazer o sistema de controle das plataformas, além de todos os sistemas de controle de bombas e de segurança delas. Foram R$ 115 milhões envolvidos no contrato para o pré-sal e mais R$ 25 milhões para o outro. O prazo de entrega destes sistemas é de sete anos.

Quais foram os principais projetos em óleo e gás em 2011?

O principal foi o contrato com a Petrobrás, mas tivemos outros projetos importantes também, só que com menores valores. Somos tradicionais fornecedores de sistemas de controle para a Bacia de Campos, então o nosso foco é realmente trabalhar para a exploração e produção. Temos alguns fornecimentos para outras empresas, mas ainda são insignificantes em relação ao trabalho que temos com a Petrobrás. Também há uma expectativa muito grande para fazermos o fornecimento de outros sistemas de controle, para a parte de transporte da Petrobrás (Transpetro). Temos contato com outras companhias também, mas a nossa atividade é focada na Petrobrás, pois a demanda dela está suprindo a nossa capacidade de atendimento.

O que os contratos com a Petrobrás representaram para a empresa?

Foi o maior contrato da história da Altus. Foi marcante também por ter selado uma posição de um trabalho de 20 anos junto à Petrobrás. Esse contrato mostra a nossa capacidade de fornecedor brasileiro para uma companhia muito grande como ela. A Altus é uma empresa que vem concorrendo com as multinacionais e já mostrou um potencial grande em qualidade, atendimento e capacidade de produção de tudo isso no Brasil, então temos um grande diferencial. As empresas de fora que também fornecem para a Petrobrás estão enxergando esse nosso trabalho e nos dando a oportunidade de atuar em conjunto para ampliar os fornecimentos.

Quanto a área de óleo e gás representa para a Altus?

Hoje mais ou menos 30% do faturamento. Na verdade a Altus se divide em quatro grandes unidades: uma de produtos, que é responsável pela comercialização exclusivamente de equipamentos, outra de óleo e gás, que tem o foco principal em atender a cadeia de Exploração e Produção, uma terceira unidade de transportes, que foca a parte de portos, trens e metrôs, e uma unidade elétrica, que tem foco em tecnologia de automação, usinas hidrelétricas, transmissão e distribuição. Dos R$ 100 milhões que faturamos em 2011, em torno de 30% são de óleo e gás, 10% de transportes, de 30% a 35% do setor elétrico e de 20% a 25% representados pela área de produtos.

O setor elétrico é o mais representativo?

Hoje é, mas todas as unidades estão crescendo. E estamos ampliando o leque energético, buscando trabalhos e parcerias em eólicas. Já temos alguma atuação em parques eólicos que estão sendo construídos, com o desenvolvimento conjunto de sistemas com as empresas, para suprir as necessidades delas sem que haja a necessidade de importar equipamentos.

Onde estão com projetos de eólica?

Estamos fazendo para a região sul, com o sistema de Palmares do Sul. Há cerca de um ano e meio a dois que começamos a entrar em eólica. Nosso trabalho neste primeiro contrato do setor foi para fazer a conexão do parque eólico com o sistema elétrico de distribuição da unidade. A Altus forneceu o sistema de controle e proteção da subestação de energia Lagoa do Quintão, que fica no Parque Eólico Ventos de Palmares, na cidade de Palmares do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Estamos desenvolvendo a relação com todo o mercado para ampliar a nossa capacidade de fornecimento também nessa área.

Há um foco maior na área de óleo e gás de uns tempos para cá?

Na verdade todas as unidades vêm crescendo, porque temos um trabalho de desenvolvimento de atuação muito focado, que permite o nosso investimento e a expansão delas de forma quase que igual em termos percentuais. Assim como a área de óleo e gás, as de produtos, elétrica e transportes também crescem. Sem dúvida nenhuma existe uma expectativa muito grande de que a cadeia de óleo e gás cresça mais do que as outras, porque o pré-sal é uma grande promessa, mas assim como importantes contratos foram fechados com Petrobrás, também assinamos contratos grandes com a área elétrica.

Em que passo está a nova fábrica de Sapucaia do Sul? Como será a divisão entre a fábrica de São Leopoldo e a nova?

A fábrica já está em funcionamento desde outubro, tem 3,5 mil metros quadrados, e é a provedora e a montadora de todos os painéis de controle e painéis elétricos. A capacidade de produção é relativa, estamos produzindo de 3 mil a 4 mil colunas por ano, que é uma partição de um conjunto de painéis. A fábrica está funcionando em um turno, mas existe a possibilidade de trabalhar em mais turnos devido a demanda de hoje. Já em São Leopoldo temos uma fábrica de eletrônica, que faz a montagem dos controladores da Altus.

Como vê as regras de conteúdo local?

O Brasil realmente acordou para a sua indústria. Hoje temos uma capacitação para desenvolvimento e produção muito grande, e agora está havendo a valorização e o incentivo para que nós continuemos nesse caminho. O investimento em conhecimento e em desenvolvimento da indústria de ponta, como a Altus é hoje, faz toda a diferença. Todos os países no mundo trabalham dessa forma, com uma grande capacidade de gerar o valor interno, e finalmente o Brasil despertou para isso e se posicionou em relação aos outros países. Hoje a Altus tem total capacidade de desenvolver os sistemas com tecnologia tão boa ou melhor do que qualquer concorrente internacional.

 

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Flavio Fraiha
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Não sabia que outros paises também praticam regras de conteudo local.