faixa - nao remover

AMBIENTE NA ELETRONUCLEAR PIORA COM DEMISSÕES DE PROFISSIONAIS E FUNCIONÁRIOS DENUNCIAM RISCOS NAS OPERAÇÕES

lycurgoAzedou de vez o ambiente na Eletronuclear. Ontem e hoje (7) foram marcados por constrangimento e revolta dos funcionários com as ações do diretor administrativo Sidnei Bispo (foto abaixo, à direita). Depois da reportagem que publicamos falando sobre o clima pesado dentro da companhia em função do tratamento desrespeitoso de Bispo com funcionários estratégicos e de carreira, recebemos algumas denúncias. Todas falando do desrespeito à profissionais de alta qualidade e experiência, a tal ponto de pedirem demissão coletiva de superintendentes e gerentes, que há anos tocam uma empresa com as usinas nucleares. O Petronotícias recebeu várias denúncias de funcionários que temem uma retaliação. Uma destas denúncias é gravíssima e merece uma intervenção para que tudo seja apurado devidamente. É a  primeira vez na história da empresa que “há risco nuclear”, diz o manifesto. A atual diretoria, pelo menos 90%, não tem qualquer experiência nuclear. Todos indicados politicamente.

Oficialmente, nem Bispo e nem o presidente, o advogado Raul Lycurgo (foto principal), pronunciaram-se. Ao contrário, se omitiram, mas disseram ao Valor que a empresa “vaibisp adotar um plano de austeridade para economizar até R$ 500 milhões até o fim de 2026.” Entre as medidas estariam a implementação de um Plano de Demissão Voluntária (PDV/PDI), a transferência de empregados do Rio de Janeiro para Angra dos Reis (RJ) e a diminuição de cargos de chefia. Raul Lycurgo, disse que existe uma pressão da Casa Civil e do Ministério de Minas e Energia (MME). Disse que a estrutura está inchada — com excesso de empregados, regalias, redundância de cargos de chefia.

Hoje, recebemos uma manifestação que mostra um conhecimento detalhado do problema e revela uma gravidade nunca vista:

“A Eletronuclear pede socorro

Na Eletronuclear, aproximadamente há um ano, assumiu uma diretoria sem experiência na aérea nuclear. Numa organização nuclear, parte de sua diretoria tem que ter experiência e treinamento na área nuclear.  Na atual diretoria somente um diretor dos 5 existentes tem experiência e treinamentos no gerenciamento nuclear .

angra 1 e 2Decisões tem sido tomadas visando cortes de custos que afetam a segurança nuclear. Muitas destas decisões tem votos contra (não são unânimes) por afetar a segurança nuclear.  A falta de experiência e a falta capacitação na área nuclear pode ser comprovada através dos currículos dos diretores disponíveis no site da empresa Eletronuclear. Os votos contra em decisões da diretoria executiva que afetam a segurança nuclear,  podem ser comprovados nas atas de reunião de diretoria executiva.

Outro fato que chama atenção e evidencia a briga política que existe na diretoria da Eletronuclear é a grande quantidade de decisões de diretoria executiva que entram como extra pauta e pauta restrita nas reuniões semanais da DE. Quando um assunto entra como extra pauta não permite um estudo e discussão prévia do assunto a ser votado. Isso tem sido a estratégia usada para atropelar as decisões.  Isso tem colocado a segurança nuclear em risco. Os assuntos que entraram como extra pauta e pauta restrita podem ser comprovados nas atas de reunião executiva.

Existe um objetivo cego de redução de custos na Eletronuclear, a maioria das decisões visam corte de custos, mas essas decisões não possuemangra3 uma análise de risco das consequências que as reduções de custo causam na segurança nuclear. Os diretores e seus assessores não tem experiência em operação e manutenção de usinas nucleares. Isso pode ser verificado nas atas das decisões da diretoria executiva que não existe análise de risco para decisões importantes. Existe apenas análises de custos.

Muitas vezes a diretoria executiva contrata empresas para dar legitimidade a decisões que os diretores não tem conhecimento para tomar, mas  as empresas contratadas muitas vezes também não tem experiência na área nuclear. Isso pode ser comprovado na empresa contratada para revisar o organograma da Eletronuclear. A contratada não tem experiência com empresas da área nuclear e está propondo um organograma totalmente diferente do que prega a Agência Internacional de Energia Atômica.

O corpo técnico da Eletronuclear percebe a briga política existente na diretoria, percebe que as decisões que estão sendo tomadas ferem a segurança nuclear mas não têm um fórum para questionar nem denunciar as decisões erradas que estão sendo tomadas.

importa tamboresAlguns exemplos de decisões recentes que afetam a segurança nuclear:

1) O organograma da Eletronuclear está sendo discutido totalmente fora dos guias da Agência Internacional de Energia Nuclear.


2) A diretoria executiva não consegue um acordo com o sindicato, criando, junto com outras ações, um clima enorme de insatisfação que afeta a segurança nuclear. Isso pode ser comprovado nos acordos coletivos em aberto que estão na justiça.

3) A diretoria executiva implementou um programa de demissão voluntária em que pretende demitir 400 funcionários porém não existe uma análise de risco para segurança nuclear desta ação. O programa de demissão trabalha com reposições fictícias.

4) A diretoria executiva mantém investimentos com Angra 3 e corta investimentos nas usinas em Operação.

5) O contrato da brigada de incêndio não está tendo a devida importância dentro da diretoria executiva. Está sendo utilizado para briga política. ORetirada dos elementos combustíveis da piscina de resfriamento durante a primeira campanha de transferência, em 2022. contrato da brigada de incêndio estava para vencer . Um novo contrato ficou parado na diretoria executiva até o contrato em vigor vencer e se criou o caos . Um contrato de emergência foi feito. A diretoria executiva ficou dois meses para aprovar o contrato emergencial criando um clima de insegurança, o que abalou a cultura de segurança. O novo contrato da brigada ainda não foi celebrado por brigas na diretoria executiva. Em fevereiro o atual contrato emergencial vencerá e novamente a segurança nuclear será colocada em risco. Isso pode ser comprovado através de atas da diretoria executiva e através do atual contrato existente com a empresa de combate a incêndio.

6) O regime de trabalho tradicional em parada para reabastecimento das usinas foi alterado pela diretoria executiva. Esse novo esquema de trabalho inapropriado contribuiu para três importantes eventos que desafiaram a segurança nuclear, que ocorreram durante a parada.

combustivel nuclear haleu7) O número de acidentes de trabalho na Eletronuclear tem aumentado em consequência de ações que vão contra a cultura de segurança. Isso pode ser verificado nos indicadores de acidentes de trabalho.

8) Falta de transparência nas despesas. O sistema SAP foi bloqueado para que funcionários da Eletronuclear não vejam os contratos e compras em andamento. A falta de transparência afeta a cultura de segurança e a segurança nuclear.

A degradação da segurança nuclear e a degradação da cultura de segurança é algo silencioso e só consegue ser percebido por gestores treinados. Os funcionários estão observando essa degradação mas acuados, sem ter a quem pedir socorro. O que está ocorrendo na Eletronuclear é muito similar ao descrito no paper “A deriva para o fracasso”.

Não vai ser possível ver sinais claros de degradação , tal como verificar sistemas operacionais das usinas inoperantes pois estão todos operando.
Porém, quando começar a degradação dos sistemas operacionais a Eletronuclear não terá tempo de reação. As ações que esta diretoria executiva inexperiente está tomando estão minando e degradando a cultura de segurança da Eletronuclear e colocando a segurança nuclear em risco.

Existem vários exemplos de acidentes de grandes proporções onde cortes financeiros e decisões com critérios equivocados, iguais aos que estão ocorrendo na Eletronuclear , foram grandes contribuintes. Pode-se citar:

1) Acidente químico na Índia na cidade de Bhopal em 1984 com mais de 600 mil mortes.

p 362) Acidente da plataforma P-36.

3) Rompimento da Barragem de Brumadinho

Nesses acidentes a degradação da cultura de segurança ocorreu ao longo do tempo. Esses acidentes são casos estudados na indústria nuclear e servem de alertas à executivos treinados. Normalmente executivos da área nuclear passam por treinamento em institutos internacionais como WANO, INPO e AIEA. A diretoria executiva não tem treinamento na área nuclear.

Em 2015, durante o escândalo da Lava Jato na Eletronuclear, a imprensa acusou os funcionários da Eletronuclear de não denunciarem o que estava ocorrendo na Empresa. Desta vez os funcionários pedem ajuda e alertam a situação de degradação na segurança nuclear imposta pela atual diretora.

Enquanto isso a diretoria gasta milhões com empresa de marketing fazendo propaganda. Prioriza Angra 3 ao invés de priorizar investimentos nasmontagem combustível nuclear usinas em operação e no quadro de funcionários. Isso pode ser comprovado com o atual contrato de comunicações / publicidade (que nunca existiu anteriormente ) e com os diversos jornalistas espalhados pelas usinas. E também comparando os montantes investidos no último ano em melhorias nas usinas.

Deputados Federais já se manifestaram publicamente sobre o que está acontecendo na Eletronuclear, mas nada mudou. O sindicato se manifestou mas foi reprimido com polícia federal dentro da Eletronuclear.
O risco à segurança nuclear na Eletronuclear existe e deve ser alertado ao País . Os funcionários da Eletronuclear estão acuados sem ter a quem pedir socorro.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of