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AMEAÇA DE TARIFAÇO CONTRA RÚSSIA, CHINA, ÍNDIA E BRASIL ANUNCIADA POR LÍDER DA OTAN TERÁ GRAVES CONSEQUÊNCIAS NA EUROPA

rutterAinda repercute as falas duras do secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, que serviu  como uma espécie de “ventríloquo” do presidente Donald Trump, ao exigir que o presidente Vladmir Putin pare a guerra contra a Ucrânia em 50 dias. Exigiu e repetiu as ameaças de  Donald Trump de taxar em 100% as importações e exportações do comércio russo internacional, além de expandir a punição para os três maiores parceiros da Rússia nos Brics: Índia, China e Brasil. No caso, as tarifas para todos esses países aumentariam em 100%. Daí, surgiram grandes dúvidas geopolíticas:

  • Mark Rutte, como secretário geral da OTAN, é o homem certo para anunciar essas taxações?
  • O que aconteceria com o mercado de petróleo europeu?

As dúvidas partem do volume gigantesco da necessidade de petróleo dos países europeus. A OTAN reúne 31 países, mas talvez apenas a Noruega seja autossuficiente empetroleiros petróleo de origem do Mar do Norte. A Inglaterra, a Escócia, a Holanda também exploram petróleo naquela região, mas todos sabem que os campos estão amadurecendo rapidamente e a produção está em declínio. E isso faz da Europa dependente do gás e do petróleo russo, que exporta 10 milhões de barris diariamente para a China e para Índia. A Índia se tornou um grande hub de refino, com instalações privadas espalhadas pelo país, abastecendo o mercado europeu, que é dependente mais de gasóleo do que de gasolina. A China também refina grande quantidade e vende o excedente para a Europa. O Brasil é dependente do óleo diesel da Rússia, pagando mais barato do que refina.

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Na crise do gás, depois da misteriosa explosão submarina do gasoduto russo Nord Stream 2, ocorrida em setembro de 2022, no Mar Báltico, a coisa ficou pior. Onord gasoduto  transportava gás natural da Rússia para a Alemanha e de lá  revendido para toda Europa.  Os países que já estavam prejudicados no abastecimento no gás que vinha por gasodutos da Ucrânia, via Finlândia, e tiveram que correr para buscar um novo fornecedor para suportarem o frio do inverno de 2023. O Qatar, que já tinha a sua produção comprometida, teve que se esforçar para atender uma parte do mercado europeu. E nesta confusão surgiram os Estados Unidos, contrários aos europeus comprarem gás russo, que passaram a abastecer a Europa com navios gaseiros. A ideia inicial do projeto era aportar em Portugal e, através de um gasoduto a ser construído, abastecer a Europa.  Esta ideia, no entanto, ainda não foi levada a frente.

postoAtualmente, o abastecimento europeu ainda depende da Rússia, mesmo que indiretamente. São aquisições de petróleo usando-se navios e notas piratas. Como o petróleo do Irã, que vai para a China, fundamentalmente, usando navios piratas e notas que não revelam a origem real do petróleo. A ditadura da Venezuela, ainda sancionada pelos americanos, também se beneficia e é a verdadeira salvação do ditador Nicolas Maduro.

Mark Rutte, ex-primeiro ministro holandês, trabalhou bem como ventríloquo de Trump,  mandando a  letra para China, Índia e Brasil, mas parece que seu truque foi descoberto pela plateia. O presidente russo, Vladimir Putin, que recebeu 50 dias para acabar com a guerra viu duas coisas com as ameaças da taxação de 100%: acelerar a destruição da Ucrânia e achar curioso que o líder da OTAN tenha colocado o abastecimento da Europa em risco. Se não puder vender a preço justo para Índia e China, quem abastecerá a Europa de Gasóleo? Putin chegou a dizer que “A Rússia está mais aliviada que preocupada com ameaça tarifária de Trump.”  Como reagiu a bolsa de valores em Moscou? Subiu 2,7%. A Rússia e  os Estados Unidos caminham para uma nova rodada de confrontos por causa da Ucrânia. Mas quem vencerá? Na verdade, só haverá derrotados. Quem será o mais derrotado? Quem viver, verá.

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