ANÁLISE DA HEDGEPOINT APONTA PARA DIFICULDADES QUE O ETANOL ENFRENTA PARA DESAFIAR O PREÇO DO AÇÚCAR NO BRASIL | Petronotícias




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ANÁLISE DA HEDGEPOINT APONTA PARA DIFICULDADES QUE O ETANOL ENFRENTA PARA DESAFIAR O PREÇO DO AÇÚCAR NO BRASIL

1671130195395A Hedgepoint Global Markets destacou em seu último relatório as dificuldades enfrentadas pelo etanol para competir com os preços do açúcar. Isso se deve especialmente devido à safra recorde de 23/24. Essa abundância de oferta, combinada com um crescimento lento da demanda por combustível, resultou em um aumento significativo nos níveis de estoque. A consultoria ainda aponta que mesmo com o enfraquecimento dos fundamentos, o açúcar continua a pagar um prêmio significativo em relação ao biocombustível. Além disso, o preço do hidratado enfrenta desafios, incluindo a política de preços da Petrobrás, a frágil recuperação da demanda e a necessidade de priorizar a produção de açúcar no Brasil.

É uma verdade universalmente reconhecida que o etanol não tem conseguido ameaçar o açúcar há algum tempo. A temporada 23/24 marcou uma safra recorde que, apesar de seu volume robusto de açúcar, também levou à maior produção de etanol até o momento”, disse a analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint, Lívea Coda.

Além disso, devido a um crescimento mais lento do que o esperado na demanda por combustível, a última temporada encerrou com os estoques mais elevados de etanol hidratado e anidro. Como resultado, não é surpreendente ver que o açúcar continua a pagar um prêmio significativo sobre o biocombustível, superando os 500 pontos. “A recente redução da diferença entre esses produtos não se deveu a mudanças no mercado de hidratado, mas sim ao enfraquecimento dos fundamentos do setor açucareiro. Entretanto, há algumas tendências interessantes a serem monitoradas com relação ao biocombustível”, observou Lívea.

Etanol de 2ª geraçãoA especialista acredita que os preços do etanol podem potencialmente subir para 16,74 c/lb (centavos por libra peso) se a demanda por combustível aumentar e os preços internacionais do petróleo continuarem em alta, mas essa tendência só deverá ocorrer mais para o final da temporada, quando os estoques começarem a ser consumidos. Ela afirma que que se a Petrobrás repasse toda a arbitragem de importação atual, estimada em R$ 0,8/litro, isso significaria que os preços do hidratado em equivalência ao açúcar passariam de 14,6 c/lb no cenário atual (cenário A) para 16,61 c/lb (cenário B).

No entanto, assumindo uma demanda maior de combustível, isso também poderia desencadear uma correção na paridade bomba, já que os consumidores estariam mais inclinados a comprar hidratado na porcentagem atual. Se a paridade da bomba conseguisse atingir os níveis de 70%, os preços poderiam subir para 18c/lb (cenário C). Mas observe que esse último é altamente improvável”, ressalta.

A Hedgepoint fez ainda outros dois cenários, com duas suposições importantes. A primeira é que, dados os recentes esforços da OPEP+ para manter os preços do petróleo mais altos, consideramos um aumento deste para 100 USD/bbl. A outra é que a Petrobrás continuará com defasagem e corrigirá a arbitragem em apenas 15% sobre os novos preços da gasolina.

biocombustiveisConsequentemente, se os preços internacionais do petróleo apresentarem um impulso de alta, podemos assumir que os preços do etanol subirão para 16,74 c/lb (cenário D). No entanto, esse movimento de alta provavelmente só começaria quando a demanda de combustível levasse ao consumo dos estoques, o que pode ocorrer por volta do meio da temporada”, declarou. “Entretanto, apesar da tendência de alta que se aproxima, não se espera que o biocombustível ameace a produção de adoçantes. Para esta temporada, a maior parte do açúcar do Brasil já está contratada, portanto, o etanol precisaria pagar um grande prêmio para induzir uma mudança nas posições das usinas – o que é extremamente improvável”, completou. No último cenário apontado pela consultoria (cenário D), os preços poderiam alcançar 18,20 c/lb.

Considerando todos os cenários discutidos, é possível que o hidratado tenha um ano mais altista; entretanto, a nova política da Petrobras e os cortes orgânicos da demanda podem restringir seu potencial de alta. Portanto, um nível justo para o hidratado poderia ser em torno de 16,7 c/lb”, finalizou Lívea .

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