ANÁLISE DO IPEN MOSTRA QUE PEDRA APREENDIDA COM O GRUPO NARCOTRAFICANTE PCC NÃO ERA URÂNIO
Sabe aquela pedra que a Polícia Federal apreendeu que estaria sendo comercializada pelo grupo narcotraficante PCC? Felizmente não era Urânio, como se pensou e se noticiou a respeito, inclusive aqui o Petronotícias. O material apreendido pela Polícia Federal, no último dia 8, na verdade trata-se de uma rocha de ocorrência na natureza, não indicando presença de Urânio e não oferece qualquer ameaça à saúde. Esse foi o Laudo de Análise Química Semiquantitativa e o Relatório de Análise radiométrica realizados nos laboratórios do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN/SP). As conclusões já foram enviadas à Polícia Civil do Estado de São Paulo, inclusive. De acordo com a análise radiométrica, “o material descrito não apresenta qualquer traço de produtos de decaimento de urânio nem de quaisquer outros materiais radioativos naturais ou artificiais em níveis superiores a 70 kBq/kg, valores de taxa de dose muito baixos, com risco desprezível do ponto de vista de Radioproteção.”
Mas a rocha contém compostos de silício, alumínio, potássio, cálcio e ferro. O relatório foi certificado pelo Laboratório de Análise Radiométrica, do Centro de Metrologia das Radiações do IPEN/CNEN, com a técnica de Espectrometria Gama de Alta Resolução com detector de germânio hiperpuro (HPGe), sob a responsabilidade de Marcelo Francis Maduar. O laudo obtido pela técnica fluorescência de raios X por dispersão de comprimento de onda (WDS), foi emitido pelo Laboratório de Cristalografia Aplicada à Ciência de Materiais, do Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CCTM).
Todo material radioativo pertence à Classe 7, na classificação de produtos químicos perigosos, que vai de 1 a 9. Contudo, a periculosidade dos materiais radioativos depende de vários fatores, o principal é a atividade radioativa em “Becquerel” (Bq) do material (antiga unidade Ci “Curie”). De acordo com o laudo apreendido junto ao material, esse material teria o equivalente a 87g de Urânio, com taxa de dose muito baixa, o que, ainda assim, não apresentaria risco à saúde.No caso dos materiais radioativos, os efeitos nocivos que podem causar danos à saúde humana decorrem da dose de radiação recebida por um indivíduo e essa, por sua vez, depende diretamente dos valores das taxas de exposição, da distância do indivíduo em relação ao material e do tempo de permanência próximo. Além disso, a dose de radiação recebida por um indivíduo também pode ser resultante da contaminação interna ou externa por materiais radioativos.
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