ANAPETRO DIZ QUE SEGURO DE REFINARIAS NEGOCIADAS PELA PETROBRÁS É 10 VEZES MAIOR QUE O VALOR DE VENDA DESSAS UNIDADES
A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) inicia a semana fazendo um novo alerta sobre os desinvestimentos da estatal no segmento de refino. A entidade declarou nesta segunda-feira (28) que os valores contratados pela petroleira para a renovação, por 18 meses, do seguro de riscos operacionais de refinarias privatizadas superaram em até dez vezes os preços de venda desses ativos.
Ainda de acordo com a Anapetro, isso aconteceu nos processos de venda da Unidade de Industrialização do Xisto (Six, no Paraná), da refinaria Landulpho Alves (Rlam, na Bahia) e da Isaac Sabbá (Reman, no Amazonas). Esta última está em fase de conclusão da operação de desinvestimento, prevista para o próximo dia 30.
A associação aponta que o valor da renovação do seguro da Reman, avaliado e definido pela Petrobrás e seguradoras, para vigência entre 30 de novembro de 2022 e 31 de maio de 2024, é de US$ 820,8 milhões, muito acima do preço de venda da usina, de US$ 189 milhões. Já na Six, o seguro renovado foi de US$ 418,8 milhões – dez vezes mais que o valor de venda da unidade, US$ 41,6 milhões, à empresa Forbes & Manhattan Resources Inc.
Por fim, a apólice de seguro da Rlam ficou em US$ 9,6 bilhões – sem incluir os ativos logísticos da refinaria. A planta foi vendida ao fundo árabe Mubadala por US$ 1,85 bilhão, com a infraestrutura de transportes da unidade.
A discrepância entre os valores segurados e os de venda das refinarias da Petrobrás levou a Anapetro a acionar o Ministério Público do Tribunal de Contas da União, na última sexta-feira, 25, “para que proceda a abertura de inquérito a fim de avaliar a desproporcionalidade dos valores apurados”, destaca o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot.
A associação também levará essa questão à coordenação do governo de transição, para que a informação conste do relatório de diagnósticos do grupo de trabalho de Minas e Energia. O tema será encaminhado ainda às bancadas parlamentares do Congresso Nacional.
Deixe seu comentário