ANAPETRO E FUP RECORRERÃO À JUSTIÇA PARA BARRAR PAGAMENTO DE DIVIDENDOS DA PETROBRÁS
Novo embate a caminho. A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) estão prometendo acionar a Justiça contra a Petrobrás, caso a diretoria da empresa aprove hoje (3) um novo pagamento de dividendos aos acionistas. Segundo informações que circulam nos bastidores do mercado, a Petrobrás poderá repassar até R$ 50 bilhões em dividendos referentes ao terceiro trimestre. Se confirmado o pagamento, a petroleira somará quase R$ 180 bilhões de pagamentos de dividendos no ano. O Conselho de Administração da estatal se reunirá nesta quinta-feira para decidir sobre o pagamento desse valor aos seus acionistas.
“A FUP e a Anapetro questionarão judicialmente eventual aprovação de novos dividendos e processarão cada conselheiro por tal medida”, afirma o coordenador- geral da FUP, Deyvid Bacelar (foto principal). De acordo com a entidade sindical, a Petrobrás se tornou a maior empresa pagadora de dividendos do mundo no segundo trimestre do ano, como foi classificada pelo Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. Para atingir esse posto, a petroleira desbancou as 1.200 maiores empresas globais por valor de mercado.
A FUP também critica o fato de que a Petrobrás está realizando baixos investimentos ao mesmo tempo em que paga altos dividendos para os seus acionistas. Segundo a entidade, os investimentos realizados pela estatal em 2022, até junho, somam apenas R$ 17 bilhões. “Só com os dividendos deste terceiro trimestre, de cerca de R$ 50 bilhões, daria para comprar de volta as refinarias Rlam e Six e concluir as obras da Abreu Lima, do Comperj, da UFN-3, reabertura da Fafen-PR e ainda sobraria dinheiro para outros investimentos”, destaca Bacelar.
O presidente da Anapetro, Mário Dal Zot (foto à direita), destaca que “de forma absurda, a nova política de dividendos da Petrobrás permite pagamentos trimestrais com saque, inclusive, na conta reserva de lucros, o que implica redução do Patrimônio Líquido da empresa, como aconteceu no segundo trimestre do ano”. Dal Zot explica que por questões de compliance e melhores práticas de governança, não é conveniente que o Conselho de Administração, mesmo que esteja dentro de limites estatutários, delibere agora a distribuição de dividendos, pois existem cenários e variáveis que serão alterados em breve, como o planejamento estratégico da companhia que tenderá a mudar durante o novo governo Lula.
Em vez ficar preocupada com o pagamento de dividendos , a FUP deveria obrigar a PB pagar a divida com os fundos de pensão ( PETROS). A FUP tem sua parcela de culpa em acordo perdoando parte da divida da PB com a PETROS.