ANGRA 3 SÓ VAI COMEÇAR A GERAR ENERGIA DEPOIS DE 2018
Oficialmente, a Eletronuclear tem que assinar os contratos de montagem de Angra 3 até mês que vem para manter o prazo de início da operação em maio de 2018. Mas, mesmo que saia a assinatura, esta data já não será mais possível. O assistente da diretoria da Eletronuclear, Paulo Carneiro, manteve a posição da empresa de que ainda é tecnicamente viável atender ao prazo, durante o V Seminário Internacional de Energia Nuclear, mas, nos bastidores, os executivos da indústria presentes já davam como certo um novo adiamento, para no mínimo 2019.
Carneiro evitou entrar em atrito com a Eletrobrás, que vem atrasando a aprovação das assinaturas, mas deixou claro que a postergação da decisão por mais tempo poderá trazer novos atrasos no cronograma do empreendimento.
“Teríamos que ter essa decisão agora, no mês de maio, junho. A partir daí, os caminhos críticos começam a ser praticamente impossíveis. Ou seja, ainda é tecnicamente viável, mas estamos no limite de todos os prazos mínimos da montagem”, disse.
A montagem eletromecânica da usina, orçada em R$ 3,121 bilhões, já passou por diversos entraves, desde a briga judicial travada por participantes da licitação, até as exigências apresentadas pelo Tribunal de Contas da União, mas, mesmo assim, está há alguns meses parada na gaveta de um grupo de trabalho da Eletrobrás, liderado pelo diretor de geração Valter Cardeal. A empresa pediu esclarecimentos para a Eletronuclear sobre os contratos e vem atrasando a liberação da aprovação. No fim das contas, tudo – ou até mais – que a Eletrobrás pensa em economizar com as revisões dos contratos, ela acabará gastando em função dos novos atrasos.
Carneiro, que disse ter visto com naturalidade o pedido de esclarecimentos da controladora, estima que ainda este mês as assinaturas devam ser submetidas ao conselho da Eletronuclear.
A montagem eletromecânica é dividida em duas partes. O Consórcio UNA 3, formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC, ficará responsável pelo chamado pacote nuclear, no valor de R$ 1,752 bilhão. Já o consórcio ANGRA 3, formado pelas empresas EBE, Queiroz Galvão e Techint, fará o pacote não nuclear, no valor de R$ 1,369 bilhão.
Angra 3 fará parte da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, e terá capacidade para gerar 1.405 MW. O orçamento total de construção da usina é estimado em R$ 13,93 bilhões, com base nos números de dezembro de 2012.
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