ANP ALERTA QUE CAMPOS DA PETROBRÁS PARALISADOS NA BAHIA POSSUEM FALHAS CRÍTICAS DE SEGURANÇA
Um dos assuntos que mais tem movimentado a semana no setor de óleo e gás é a paralisação de campos terrestres da Petrobrás no estado da Bahia. A interrupção da operação nesses ativos foi determinada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), no início da semana. Em resposta ao Petronotícias, o órgão regulador alegou que encontrou “situações críticas de falhas de conformidade de segurança operacional” e, por isso, decidiu determinar a paralisação dos campos.
“De forma geral, os problemas evidenciaram a indisponibilidade de recursos para evitar risco grave e iminente aos trabalhadores, ao meio ambiente e aos ativos patrimoniais. Nesse sentido, o retorno seguro das atividades nessas instalações demandará o pronto restabelecimento dos sistemas críticos envolvidos pelo operador, o que se espera que ocorra no menor tempo possível”, disse a ANP em nota encaminhada ao Petronotícias.
A agência lembrou ainda que realizou a fiscalização de conformidade do sistema de gerenciamento de segurança operacional nos campos de produção de petróleo que compõem o “Polo Bahia Terra” – formado pelos campos: Araçás, Buracica, Canário da Terra, Canário da Terra Sul, Cantagalo, Cidade de Entre Rios, Fazenda Alvorada, Fazenda Azevedo, Fazenda Bálsamo, Fazenda Boa Esperança, Fazenda Imbé, Fazenda Panelas, Guritã, Guritã Sul, Jandaia, Lamarão, Leodório, Malombê, Mandacaru, Massapê, Riacho da Barra, Riacho Ouricuri, Rio da Serra, Rio do Bu, Rio Itariri, Rio Sauipe, Tangará e Taquipe.
“Foram identificadas situações críticas de falhas de conformidade de segurança operacional, envolvendo, principalmente, a indisponibilidade de sensores de fogo e gás, de sistemas de combate a incêndio e outros que visam combater cenário de vazamentos, incêndios e explosão, em diversas instalações dos campos fiscalizados”, finalizou a agência.
SINDIPETRO-BA, ANP E PETROBRÁS DISCUTEM POSSÍVEL SOLUÇÃO
O assunto promete dar pano para mangas. O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) tem feito críticas à decisão da ANP, alegando que a paralisação dos campos pode trazer prejuízos econômicos para vários municípios baianos. Ontem (13), representantes do Sindipetro-BA, Petrobrás e da ANP se reuniram para discutir o caso.
A entidade sindical pediu o adiamento da paralisação e um prazo adicional para que os problemas e irregularidades encontrados pudessem ser resolvidos. De acordo com informações do Sindipetro-BA, “a diretoria da ANP responsabilizou a Petrobrás pelo que está ocorrendo e se comprometeu a avaliar as reivindicações do Sindipetro, mas não deu garantia de extensão do prazo ou que a paralisação não ocorreria”.
Ainda segundo o sindicato, outra preocupação é que a interrupção das atividades, que pode durar cerca de seis meses, vai gerar a demissão de cerca de 4.500 trabalhadores. “Serão afetados os municípios de Esplanada, Cardeal da Silva, Entre Rios, Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araças”, previu a entidade sindical.
Na segunda-feira, logo após dado início ao prazo de 72 h para paralisação da operação dos campos, a Petrobrás declarou que estava “atuando nas providências necessárias para parada segura das instalações” e reforçou que “realiza suas operações de acordo com os mais rigorosos padrões internacionais de segurança, saúde e respeito ao meio ambiente”.
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