ANP NEGA RECURSO DA PETROBRÁS E MANTÉM SUSPENSÃO DA PRODUÇÃO DE CAMPOS DO POLO BAHIA TERRA
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) bateu o pé e decidiu manter a suspensão da produção de óleo e gás nos campos da Petrobrás no Polo Bahia Terra. Para lembrar, a operação nos ativos foi paralisada em dezembro, após uma fiscalização da ANP apontar para situações críticas de falhas de conformidade de segurança operacional. Nesta quinta-feira (12), a diretoria colegiada da agência analisou um recurso apresentado pela Petrobrás que pedia o retorno da atividade no polo e um prazo para resolver os problemas de segurança apontados. Contudo, os diretores da ANP foram unânimes em negar o pedido de reconsideração feito pela empresa.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, disse durante a reunião da diretoria que a interdição se mostrou inevitável diante de uma série de desvios críticos constatados que colocam em risco a vida de pessoas e trabalhadores e do meio ambiente. “São citadas no processo a falta de sensores de fogo e gás, a indisponibilidade de sistemas fixos de combate a incêndio e subdimensionamento de respiro de emergência e a não previsão de ações de intertravamento em casos de gás confirmado”, detalhou.
Saboia afirmou ainda que a Petrobrás não conta com planejamento e gerenciamento de grandes emergências ou com um plano de emergência válido, o que contraria as normas de segurança previstas no regulamento técnico do sistema de gerenciamento de segurança operacional e pode levar a desastres relacionados a segurança das operações. “Ou seja, além das inúmeras situações de risco grave e iminente específicas, constatou-se que a falha mais grave é no próprio sistema de gestão de segurança, que é único para o conjunto das instalações do polo”, explicou.
A suspensão das atividades no Polo Bahia Terra gerou comoção entre trabalhadores e autoridades de diversos municípios baianos. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), além da perda de receitas com a suspensão do pagamento de royalties e ISS pela Petrobrás, a paralisação das atividades nos campos vai levar à demissão em massa: 4.500 trabalhadores terceirizados podem perder seus empregos, pois as empresas terão seus contratos com a estatal suspensos ou reduzidos.
“Tenho consciência que a suspensão da produção, para além de afetar a própria operadora, impacta de forma muito negativa a população, os municípios e os agentes econômicos da região. Sozinho, o polo responde por 49,4% da produção do estado da Bahia, de acordo com os dados mais recentes da própria ANP. No ano passado, foi responsável pela arrecadação de mais de R$ 180 milhões em royalties, uma receita relevante para os 10 municípios que participam da sua distribuição”, lembrou Saboia. “Nessas condições, entendo que a ANP não pode e não deve se furtar ao seu dever de fazer cessar as situações de risco grave. Por outro lado, a agência deve envidar todos os esforços para que a retomada da produção ocorra com a maior brevidade possível”, completou.
O diretor-geral propôs a criação de um grupo de trabalho que terá como objetivo monitorar a situação do polo Bahia Terra e articular as ações necessárias para a retomada gradual e completa da sua produção. O grupo deverá desenhar uma estratégia para retorno da produção do polo, com saneamento dos desvios críticos no menor tempo possível. Além disso, o grupo também definirá um cronograma de retorno da operação das instalações com ações priorizadas, com base na capacidade de produção, na garantia do abastecimento e no menor tempo do saneamento dos condicionantes estabelecidos na interdição.
A direção e gerencias, todas, da Petrobras, deveriam ser punidas por negligência, principalmente por estar expondo seus funcionários e público a acidentes, se o dito pela diretoria da ANP estiver correto.
Também as prefeituras municipais lesadas deveriam cobrar na justiça dos administradores irresponsáveis, para que eles arquem com os pagamentos não feitos dos royalties, impostos etc. Coitada da Petrobras com tais malsinadas administrações.
Todos administradores, em exceções deveriam renunciar urgentemente para permitir uma nova administração mais responsável que a atual, pois de acordo com a decisão da ANP, eles estão lesando a Petrobras.
A única coisa que está acontecendo é que a ANP veio da conta disto agora depois de vários anos,logo no período de venda dos campos, no mínimo ANP está recebendo a fatia dela para forçar a venda do polo Bahia e garantir a venda para qualquer empresa privada, no outro dia eles liberam da mesma forma que está, é tudo dinheiro
Lamentável que problemas de segurança operacional, segundo ANP, estejam causando esse transtorno todo para a empresa, trabalhadores e sociedade. A Petrobras tem um corpo técnico muito competente, e dificil acreditar que não tiveram competência para resolver esses problemas/riscos tão conhecidos na indústria de óleo e gás, onde a Petrobras é referência. Espero mesmo que essa interdição seja fundamentada em parâmetros técnicos, e que a ANP não esteja atendendo a outros interesses que fogem da sua competência para qual foi criada.
Trata-se de manobra política para impedir a venda.