ANVISA ADERIU AO PROGRAMA DESENVOLVIDO PELA ABDAN PARA FORTALECER A MEDICINA NUCLEAR BRASILEIRA | Petronotícias




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ANVISA ADERIU AO PROGRAMA DESENVOLVIDO PELA ABDAN PARA FORTALECER A MEDICINA NUCLEAR BRASILEIRA

celso (2)O Brasil sofre com a distribuição desigual de serviços e atendimentos de medicina nuclear, que hoje estão fortemente concentrados nas regiões Sudeste e Sul. Para ampliar e democratizar o acesso dos brasileiros aos procedimentos dessa especialidade médica, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) está preparando o lançamento do programa “Tempo é Saúde”, cujo objetivo é agilizar o acesso da população aos exames diagnósticos e aos tratamentos da medicina nuclear. Nesta semana, a iniciativa ganhou um apoio de peso: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aderiu ao programa. Além disso, a agência também se comprometeu em realizar reuniões regulares para falar da cadeia produtiva da medicina nuclear e realizar um fórum para discutir questões desse setor. As novidades foram acertadas durante uma reunião entre o presidente da ABDAN, Celso Cunha (foto), e membros da ANVISA, em Brasília.

A medicina nuclear é uma das especialidades que mais contribui no tratamento e diagnóstico de diversas enfermidades. Para além da já conhecida relevância no tratamento e diagnóstico de diferentes tipos de câncer, a medicina nuclear também é uma aliada fundamental dos pacientes com hipertireoidismo, insuficiência renal, doenças obstrutivas uretrais, doenças isquêmicas do coração, entre outras enfermidades.

radiacao-na-medicina-tipos-exames-medicina-nuclearSabemos que estamos devendo muito ao nosso povo nesse segmento. Não conseguimos disponibilizar os radiofármacos a tempo e no local certo. A Argentina por exemplo, tem uma população cinco vezes menor do que a do Brasil e realiza quatro vezes mais diagnósticos e tratamento do câncer do que em nosso país”, apontou Celso Cunha. “Não conseguimos descentralizar o nosso sistema de saúde de forma satisfatória para atender a população brasileira. Hoje, a população menos favorecida leva cerca de 6 meses para marcar uma consulta, mais 6 meses para fazer um exame, 6 meses para pegar o exame e outros 6 meses para voltar ao médico. Ao final de 2 anos, esse paciente provavelmente terá seu quadro de saúde agravado”, lamentou.

Por isso, um dos objetivos do programa Tempo é Saúde será estruturar toda a cadeia produtiva do segmento de medicina nuclear, apoiado pela construção do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Para lembrar, o RMB poderá garantir a autossuficiência do Brasil na produção de radioisótopos e radiofármacos. Além disso, vai ajudar a ampliar o alcance dos benefícios da medicina nuclear para um maior número de brasileiros. O projeto detalhado do reator já foi concluído. Contudo, ainda faltam verbas públicas para viabilizar o empreendimento, orçado em cerca de US$ 500 milhões.

ABDAN LANÇA PROJETO PARA GARANTIR MAIS SEGURANÇA NUCLEAR 

reatorParalelamente aos esforços para desenvolvimento do segmento de medicina nuclear, a ABDAN tem atuado no estabelecimento de normas nacionais que serão a base, no futuro, de um programa de certificação de qualidade específico para fornecedores de empresas do setor nuclear. “A qualificação de fornecedores do setor nuclear é um processo complexo e bastante artesanal, tornando a cadeia produtiva nuclear mais restrita e dispendiosa no Brasil, então um programa nacional de qualificação de fornecedores para o setor nuclear facilitaria a expansão dessa cadeia, traria maior segurança e redução de custos com aquisições”, destacou Cunha.

A necessidade foi observada a partir da ausência de um padrão nacional que abordasse as necessidades da indústria. Os fornecedores aderiam o modelo internacional, ISO 9001, ou levavam em consideração planos individuais de gestão da qualidade implementada de acordo com a necessidade do setor.

karlaPara tal efeito, foi desenvolvido um subcomitê dentro do Comitê de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Nuclear da ABDAN para atuar na normalização no campo de gestão da qualidade. A primeira atividade a ser desenvolvida foi a tradução da norma ISO 19443:2018, utilizada no exterior, para qualificação de fornecedores no setor nuclear especificamente. De acordo com a Karla Lepetitgaland, Coordenadora do Comitê de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Nuclear da ABDAN e Coordenadora de P&D e Inovação da Eletronuclear. Atualmente, o Comitê trabalha com o objetivo de facilitar a qualificação de fornecedores no setor nuclear brasileiro.

A ideia é ter como produto final, um programa de certificação voluntariada para qualificar provedores externos, por entidades certificadoras brasileiras, de modo a tornar o setor mais atrativo aos fornecedores nacionais por ser menos complexo. Isso acarretará em maior confiança e consequente segurança operacional para as empresas contratantes do setor, e maior competitividade, reduzindo assim os custos com aquisições”, disse Karla. “O desenvolvimento da cadeia produtiva nuclear foi uma orientação do Governo via Plano Nacional de Expansão 2050 para que a fonte nuclear tenha condições de se expandir no país, e nós da ABDAN e das empresas associadas, estamos fazendo nosso dever de casa. Esse projeto, assim como o de qualificação de pequenas empresas é parte de um plano do Comitê para fortalecer a cadeia nuclear de suprimentos no país”, finalizou.

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