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APESAR DE RECORDES, AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA RENOVÁVEL DIZ QUE O MUNDO PRECISA ACELERAR INVESTIMENTO NA TRANSIÇÃO

O mundo ainda está distante de cumprir as metas globais de energia renovável e eficiência energética, apesar do avanço registrado em 2024. A constatação está em um novo relatório divulgado nesta terça-feira (8) pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), pela Presidência Brasileira da COP30 e pela Aliança Global de Renováveis (GRA), durante um evento de alto nível pré-COP30 em Brasília. No ano passado, a capacidade global de energias renováveis cresceu 582 gigawatts (GW), o maior aumento já registrado. Mesmo assim, segundo a IRENA, o ritmo é insuficiente para alcançar a meta firmada na COP28, em Dubai, de triplicar a capacidade instalada para 11,2 terawatts (TW) até 2030. Segundo o relatório, atingir esse objetivo exigirá a adição de 1.122 GW por ano a partir de 2025, o que representa uma taxa média de crescimento anual de 16,6% até o fim da década.

O novo relatório, chamado “Cumprindo o Consenso dos Emirados Árabes Unidos: Acompanhamento do progresso para triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030“, também aponta que o desempenho global em eficiência energética continua abaixo do necessário. A intensidade energética mundial aumentou apenas 1% em 2024, muito aquém dos 4% anuais previstos para manter o limite de aquecimento global em 1,5°C.

O relatório recomenda uma série de ações urgentes, entre elas a incorporação as metas de energias renováveis nos planos climáticos nacionais (NDC 3.0) antes da COP30, em Belém; bem como dobrar a ambição coletiva dos compromissos nacionais para alinhá-los à meta global. Além disso, a agência sugere elevar o investimento em energias renováveis para US$ 1,4 trilhão por ano entre 2025 e 2030, mais que o dobro dos US$ 624 bilhões aplicados em 2024.

“O mundo bateu recordes de capacidade renovável, mas os recordes por si só não manterão o 1,5°C vivo”, avaliou o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera. De acordo com ele, o relatório mostra o caminho: acelerar a implementação, modernizar as redes, ampliar a tecnologia limpa e fortalecer as cadeias de suprimentos. “Cada dólar investido gera crescimento, empregos e segurança energética. Como agência de custódia que acompanha o progresso em direção à meta global de energias renováveis, pedimos mais ambição. Com o aumento das metas, a mobilização de financiamento e o aprofundamento da cooperação, as principais economias podem liderar a transição energética e fazer da COP30 um marco“, declarou.

De acordo com o relatório, as principais economias avançadas e emergentes devem liderar o processo. Espera-se que os países do G20 representem mais de 80% da capacidade global de energias renováveis até 2030, enquanto as economias do G7 devem responder por cerca de 20% do total. O documento também reforça a importância do cumprimento das metas de financiamento climático. As nações desenvolvidas precisam garantir o piso anual de US$ 300 bilhões definido pela nova meta coletiva quantificada (NCQG) e avançar rumo aos US$ 1,3 trilhão acordados na COP29, no Azerbaijão.

Além da expansão das fontes renováveis, o relatório destaca a urgência de investimentos em infraestrutura elétrica, cadeias de suprimentos e fabricação de tecnologias limpas, especialmente para energia solar, eólica, baterias e hidrogênio. Embora os investimentos em energia renovável tenham crescido 7% em 2024, o montante ainda é insuficiente para viabilizar novos projetos em larga escala. O relatório também pede atenção à transparência e à cooperação internacional nas cadeias de suprimentos, de modo a proteger o comércio de materiais e componentes essenciais.

Outro ponto de alerta é a necessidade de modernizar e expandir as redes elétricas, consideradas fundamentais para integrar novas fontes e garantir a estabilidade do sistema. Estima-se que, até 2030, os investimentos anuais em redes precisem atingir US$ 670 bilhões, além de recursos adicionais para ampliar o armazenamento de energia e fortalecer a segurança energética global.

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