APESAR DOS RESULTADOS NEGATIVOS EM JUNHO, CRESCEU O VOLUME DE QUÍMICOS VENDIDOS NO SEGUNDO TRIMESTRE | Petronotícias




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APESAR DOS RESULTADOS NEGATIVOS EM JUNHO, CRESCEU O VOLUME DE QUÍMICOS VENDIDOS NO SEGUNDO TRIMESTRE

faimaO índice de vendas internas dos produtos químicos de uso industrial caiu 1,06% e as importações recuaram 10,9%. Já a produção apresentou elevação de 4,50%, com destaque para o desempenho das exportações, que cresceram 2,2%. Como reflexo, o nível de utilização da capacidade instalada ficou em apenas 64% em junho de 2022, mesmo percentual de maio. Em relação aos preços praticados no mercado doméstico, houve alta nominal de 0,04% em junho, após ter apresentado elevação de 2,06% em maio de 2022, seguindo o comportamento dos preços dos produtos químicos no mercado internacional. Segundo Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, a economia mundial está sofrendo com a alta dos preços e a escassez de recursos energéticos, com consequente impacto na inflação, nos juros e na logística, sobretudo causados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

Para ela, a indústria química, que tem sua base de produção ancorada em matérias-primas como nafta e gás natural sofre com esse cenáriogas adverso. “No Brasil, cerca de 70% da nafta consumida localmente e metade do gás demandado vem sendo supridos por importações”, afirmou. Fatima diz ainda que os preços do gás no Brasil antes da guerra custavam o dobro do americano e o triplo do europeu, mas, atualmente esses valores estão sendo pressionados pela forte alta na cotação do GNL no mercado internacional, que teve a referência multiplicada por quatro nos primeiros seis meses deste ano e sem perspectivas de arrefecimento no curto prazo, bem como a alta do petróleo. Apesar dos resultados do último mês de análise, no acumulado do 2º trimestre de 2022, o índice de vendas internas cresceu 10,09% durante o período, enquanto as importações tiveram alta de 1,5%.

O índice da produção acumulou elevação de 1,15% e o de vendas internas caiu 5,26%, ambos sobre o período de doze meses imediatamente anterior, assim como o volume de importações que recuou 2,5%. Destaque para as exportações, que cresceram 10,0% amboresna média dos últimos doze meses, até junho de 2022. No que se refere à demanda doméstica, a variável teve alta de 1,5%. Fatima explica que a demanda do segmento está diretamente atrelada ao desempenho do Produto Interno Bruto, em especial em razão da essencialidade dos produtos químicos e do uso nas mais diferentes cadeias de produção: “Após alcançar a fatia recorde de 47% do mercado doméstico no final de 2021, a participação das importações sobre a demanda caiu para 44% na média dos últimos doze meses, até junho de 2022. Com a alta dos preços no mercado internacional, o déficit na balança comercial de produtos químicos alcançou novo recorde, de US$ 57,35 bilhões nos últimos doze meses, até junho de 2022, resultado US$ 11 bilhões maior do que o do déficit de 2021, que havia sido de US$ 46,25 bilhões em 2021.”

O déficit de produtos químicos é exatamente do mesmo tamanho do superávit de mercadorias do Brasil, que alcançou US$ 57 bilhões nos doze meses encerrados emquimkica junho, com recuo de quase US$ 4 bilhões em relação ao superávit de 2021. “Ou seja, infelizmente o déficit da química pode comprometer os esforços de superávit da balança comercial de todo o Brasil”, disse. A capacidade instalada do setor químico operou com 73% do seu potencial nos 12 meses encerrados em junho de 2022, mesmo patamar de igual período anterior, mantendo ociosidade ainda em um nível elevado e mostrando que a indústria local tem condições de elevar a produção no curto prazo, sem necessidade de novos investimentos.

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