APEX AMPLIA FOCO E APOSTA MAIS NA ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS AO BRASIL | Petronotícias




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APEX AMPLIA FOCO E APOSTA MAIS NA ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS AO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Alexandre Petry - APEX-tarjaA Apex-Brasil foi criada com o foco na exportação, mas com os anos suas atividades ganharam ramificações para além de seu propósito inicial. A atração de investimentos estrangeiros para o Brasil é uma delas e vem ganhando força no planejamento da agência. Tanto é, que a missão organizada para a Offshore Europe, maior evento do setor de petróleo na Europa, entre os dias 8 e 11 de setembro, em Aberdeen, será toda focada nesse objetivo. O coordenador de investimentos da Apex-Brasil, Alexandre Petry (foto), conta que já tiveram participação importante na atração de projetos relevantes para o país, como o Centro de Pesquisas da GE no Fundão e a instalação da NOV no Porto do Açu, e agora pretendem auxiliar um grupo de companhias nacionais na busca de joint ventures com empresas estrangeiras, especialmente britânicas. Apesar da crise nacional, Petry afirma que o Brasil continua sendo um país atrativo para investidores do setor de óleo e gás, principalmente pelo caráter reconhecido de que é um local para investimentos de médio-longo prazo. Além disso, mesmo com a redução drástica no plano de negócios da Petrobrás, o volume de recursos previstos para serem aportados pela estatal nos próximos anos ainda é muito significativo, da ordem de US$ 130 bilhões. “Continua sendo um dos maiores planos da indústria, então gera muito interesse”, afirma. A Apex-Brasil também está apoiando a realização do Brazilian Day durante a Feira de Aberdeen este ano, em parceria com o Itamaraty e o UKTI, no dia 9, quando será representada pelo analista Sérgio Ferreira.

Como será a participação da Apex-Brasil na Offshore Europe?

Vamos participar do Brazilian Day, que estamos organizando junto com a embaixada brasileira em Londres e com o UKTI. Esse encontro já vem sendo realizado há quatro anos, mas desta vez nós também estamos apoiando. O foco é apresentar as oportunidades de investimento no setor de óleo e gás brasileiro. O plano da Petrobrás, apesar da redução, continua sendo um dos maiores da indústria. São US$ 130 bilhões, então ainda gera muito interesse. Durante o evento, ainda vai haver um matchmaking entre a delegação brasileira e as empresas estrangeiras, principalmente as britânicas.

Qual a expectativa?

É atrair investidores e representantes de empresas interessados em conhecer as oportunidades no Brasil, despertar o interesse para que eles venham visitar o nosso país e, quem sabe, investirem aqui.

Como está sendo esse trabalho da Apex para atrair investimentos, diferente do foco inicial que era apenas exportação?

A Apex, quando foi criada, era voltada apenas para promoção da exportação, mas em 2006 foi criado um núcleo para apoiar a atração de investimentos estrangeiros ao Brasil. Inicialmente, tínhamos um papel de apoio reativo, ajudando a localizar as melhores regiões para as empresas se estabelecerem, fazendo a ponte de relacionamento com os estados etc. Mas desde 2009 começamos a fazer ações proativas, priorizando alguns setores, incluindo óleo e gás. Então, o sentido é mais de mostrar as oportunidades aqui.

Quais foram as maiores conquistas neste sentido?

Alguns casos de sucesso, como, por exemplo, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da GE no Fundão, tiveram nossa participação. Neste caso, o Brasil estava concorrendo com outros países, mas ajudamos a unidade da empresa no país a convencer a matriz das oportunidades aqui. Também tivemos uma atuação em relação à NOV, que se estabeleceu no Porto do Açu, entre outros casos.

Qual é a parte da Apex na parceria com a Onip para a formação de joint ventures entre empresas brasileiras e estrangeiras?

A parceria está alinhada com uma oportunidade de atração de novas empresas. Vimos que muitas empresas pequenas e médias do Reino Unido têm dificuldade de investir sozinhas no Brasil, então, já por conta de outras parcerias com eles, identificamos que joint ventures com a indústria local poderiam facilitar esse processo, trazendo novas tecnologias. Passamos por toda fase inicial de empresas brasileiras que têm potencial para isso e vamos para a segunda etapa durante a feira, que é buscar lá fora possíveis parceiras para elas.

Quais são as maiores oportunidades para fornecedores brasileiros no evento?

Vai ter uma delegação formada pela Confederação Nacional da Indústria voltada a buscar negócios para as empresas brasileiras lá, então nosso foco são as empresas estrangeiras que possam se interessar por investir no Brasil.

Quais são os principais argumentos para atrair empresas de fora nesse momento de crise?

O plano da Petrobrás é um dos principais do mundo, mesmo com a redução, então existe um potencial de crescimento desse setor no Brasil. Tem dados de que hoje cerca de 12% do PIB nacional são referentes à indústria de óleo e gás. Existem desafios tecnológicos bem significativos no setor, então essa parceria busca empresas que ajudem a superá-los. Outro argumento é que o Brasil sempre foi e continua sendo um local para investimento de médio-longo prazo. Muito embora a economia não esteja crescendo tanto quanto antes neste momento, a perspectiva é que se estabilize no médio prazo. E quem investe no Brasil fica décadas.

Mas nesse momento temos visto empresas importantes deixando o país. Existe algum trabalho da Apex no sentido de reter essas companhias aqui?

Normalmente, nós trabalhamos com alguns parceiros em Brasília, como o MDIC (Ministério do Desenvolvimento), que tem o potencial de eventualmente sugerir novas políticas que facilitem a permanência dessas empresas aqui. O MME (Ministério de Minas e Energia) também. São os órgãos com que trabalhamos quando encontramos essas barreiras.

A Apex tem metas de atração de investimentos traçadas para a feira de Aberdeen e para o ano como um todo?

Não temos uma meta específica de atração de investimentos em Aberdeen. Temos uma meta nesse projeto da ONIP, com o objetivo de fomentar até 10 parcerias tecnológicas.

A Apex tem notado alguma mudança no interesse estrangeiro em relação ao Brasil?

Estivemos na OTC, tentando sondar o interesse das empresas no mercado brasileiro de óleo e gás, e foi uma surpresa positiva, com bastantes empresas buscando informações. Teve o anuncio da 13ª rodada e o interesse foi bastante grande.

De lá para cá, algum negócio foi concretizado a partir destas sondagens?

Temos alguns contatos em andamento, mas é um processo longo. Demora do primeiro contato até o investimento de fato no país.

Qual o caminho que a Apex indicaria para empresas brasileiras que queiram buscar parceiros internacionais?

Nós fizemos um mapeamento da cadeia para identificar as lacunas que existem, com o objetivo de buscar parcerias que possam preenchê-las. A ideia é aumentar a competitividade da indústria nacional como um todo. Identificadas essas lacunas, o que vemos nas empresas que foram selecionadas são: indicadores de uma governança mais robusta, equipes com experiência internacional – que falam outras idiomas e já participam de feiras internacionais –, e planos de investimentos maiores do que a média em pesquisa e desenvolvimento. Então essas são algumas estratégias importantes que podem ser adotadas por quem tenha como objetivo as parcerias internacionais. 

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