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APÓS ÊXITO NO ROTA 2, TRIDIMENSIONAL BUSCA NOVAS OPORTUNIDADES NA CONSTRUÇÃO DE DUTOS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Carlos MilagresO mercado de óleo e gás brasileiro diminuiu bastante de tamanho nos últimos tempos, afetado por uma série de fatores, como a queda dos preços do barril e as crises política e econômica no Brasil, mas nem todos estão lamentando. A Tridimensional Engenharia, por exemplo, aproveitou seu corpo técnico qualificado e sua preocupação com políticas de governança para ganhar espaço num momento em que há escassez de fornecedores de serviços de engenharia para o segmento. O Gerente de Operações da Tridimensional, Carlos Milagres, lembra um velho ditado ao falar sobre o assunto: “em toda crise, há sempre uma boa oportunidade”, e conta sobre os projetos mais recentes da empresa. Um deles foi a construção do trecho terrestre do gasoduto Rota 2, que liga a Bacia de Campos ao Terminal de Cabiúnas e entrou em operação no início de fevereiro. O projeto estava a cargo de outra empresa, que acabou deixando o contrato por conta de problemas financeiros, mas a Tridimensional conseguiu acelerar as atividades. Apesar de as obras estarem atrasadas quando assumiram o projeto, entregaram o empreendimento concluído à tempo do cronograma de entrada em operação estipulado pela Petrobrás.

Milagres destaca que o projeto teve desafios em relação à soldagem, por conta de incluir ainda a interligação com o trecho submarino, mas ressalta que fizeram um planejamento detalhado e conseguiram superar todos os obstáculos. Além disso, prevê que a conclusão da obra deva gerar novas oportunidades para a Tridimensional em projetos ligados à construção de dutos, inclusive no setor de mineração.

Qual foi a participação da Tridimensional no projeto do Gasoduto Rota 2?

O Rota 2 faz uma ligação alternativa entre a Bacia de Santos e o Terminal de Cabiúnas, que é hoje o maior polo de processamento de gás natural do Brasil, e possui o maior trecho submerso no País. Próximo ao terminal, o trecho terrestre estava a cargo de uma empresa que não teve condições de terminar a obra. Então nós fomos contratados para fazer a conclusão dessa parte, que envolvia também a interligação com o trecho submarino.

Quais foram os principais desafios?

Foi um serviço bem interessante, porque havia a união das duas composições, terrestre e submersa, a concluir. O maior desafio foi elaborar toda a documentação e o estudo de soldagem, para fazer essa união dentro de um curtíssimo espaço de tempo que não viesse a impactar a data de entrada em operação do gasoduto. Conseguimos atingir o resultado com um planejamento bem cuidado.

Quando assumiram a obra, ela estava atrasada?

Estava. Mas conseguimos entregar num prazo que não viesse a impactar a partida do gasoduto. Essa data estava prevista e foi cumprida.

Qual a relevância do contrato para a Tridimensional?

Foi um contrato que transcorreu sem nenhum acidente, sem adiamento, sem aditivos e com escopo 100% concluído. Além disso, foi um desafio interessante, uma atividade inédita dentro da Tridimensional, com a nossa primeira participação na construção de dutos.

Essa experiência deve levar a empresa a buscar novos projetos ligados a gasodutos?

Com certeza isso vai abrir novos mercados para a Tridimensional. Dentro da própria Petrobrás, assim como nas empresas transportadoras de gás, em novos gasodutos, e até na área de mineração, para participarmos também da construção de minerodutos.

O Rota 2 é o projeto mais recente da empresa?

Sim, esse foi o mais recente que entregamos. Estamos também com outro contrato no Terminal de Cabiúnas, que será concluído neste mês de março, referente a melhorias da estação de compressão. 

Como estão os negócios para a Tridimensional?

Apesar da situação delicada da economia brasileira, a empresa se encontra num momento muito oportuno para avançar no mercado de óleo e gás, que está um pouco carente de fornecedores, se firmando como uma forte opção de prestadora de serviço para as empresas contratantes.

Os desdobramentos da Operação Lava Jato podem abrir espaço para novos fornecedores no setor, como a Tridimensional?

Já estão abrindo. Esse bloqueio surgido com a Lava Jato está abrindo espaço para as empresas de menor porte que buscam se firmar no mercado. É como diz aquele ditado: em toda crise, há sempre uma boa oportunidade.

As novas exigências de compliance trouxeram algum empecilho?

De forma alguma. A Tridimensional já tinha uma política de compliance interna e isso só veio a corroborar com os princípios da própria empresa.

Qual a expectativa da Tridimensional para os próximos anos?

Temos uma expectativa muito positiva de resultados para 2017. E para atingir isso precisamos trabalhar bastante em 2016. Isso já começou, e agora o foco é construir e buscar essas oportunidades, com uma visão de médio prazo.

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