APÓS OPERAÇÃO QUE PRENDEU OFICIAIS, CLUBES MILITARES AFIRMAM QUE HÁ MOVIMENTO PARA COMPROMETER A IMAGEM DAS FORÇAS ARMADAS
O Petronotícias encerra o noticiário desta sexta-feira (22) repercutindo o assunto que mais movimentou o cenário político e militar do país nesta semana. Na última terça-feira (19), uma operação da Polícia Federal teve como alvo militares acusados de planejar o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a PF, o grupo se chamava “Punhal Verde e Amarelo” e era formado em sua maioria por militares das Forças Especiais (FE) do Exército, os chamados “kids pretos”. O caso gerou uma forte repercussão no Brasil ao longo da semana. Diante da gravidade do assunto, os presidentes do Clube Militar, Sergio Tavares Carneiro, do Clube Naval, João Afonso Prado Maia, e do Clube da Aeronáutica, Marco Perez, divulgaram uma carta afirmando que, se confirmadas, as acusações “são incompatíveis com os valores que norteiam os integrantes das Forças Armadas”.
Contudo, os líderes dos clubes repudiaram também o que chamaram de “esforço deliberado e coordenado para comprometer a imagem das Forças Armadas junto à população”, já que as operações contra oficiais têm ocorrido sempre em datas simbólicas, tais como o Dia da Bandeira e o Dia do Exército Brasileiro. “Por meio de abordagens distorcidas, são disseminadas narrativas que vilipendiam, injustamente, uma instituição que tem historicamente demonstrado compromisso com a estabilidade e a integridade do país”, diz a carta.
Leia a seguir o comunicado dos clubes militares na íntegra:
“Entre Crises e Narrativas: A Defesa dos Valores Militares”
Em meio aos recentes acontecimentos que abalaram o País, nesta simbólica data de 19 de novembro, Dia da Bandeira — tão significativa para os brasileiros —, os noticiários destacaram a prisão de um oficial-general e quatro oficiais superiores do Exército. Eles são investigados por uma suposta tentativa de atentado contra o Presidente da República, o Vice-presidente e um ministro do Supremo Tribunal Federal. Dada a gravidade do caso, espera-se que haja uma investigação ágil, imparcial e rigorosa dos fatos.
É imperativo, também, o indispensável repúdio imediato e veemente às palavras e às atitudes dos acusados. Se confirmadas, são incompatíveis com os valores que norteiam os integrantes das Forças Armadas. Tais condutas afrontam princípios fundamentais como honra, lealdade e disciplina. Não são dignas de quem fez o solene juramento de defender a soberania nacional, a Constituição e, em última instância, morrer pelo Brasil.
O País atravessa uma crise profunda, que também impacta suas Forças Armadas, frequentemente arrastadas para o centro de disputas políticas em escalada. Essa situação decorre da falta de patriotismo, sensibilidade e responsabilidade por parte de lideranças políticas e autoridades constituídas. É válido questionar, em meio a esse cenário, se determinadas ações não visam, de forma insidiosa, enfraquecer a democracia, minar seus valores essenciais e restringir as liberdades individuais que sustentam a ordem social.
Por outro lado, é inquietante observar a escolha de datas emblemáticas para divulgar informações que comprometem a imagem das Forças Armadas, buscando associar a instituição a atos isolados. Um exemplo significativo ocorreu em 19 de abril do ano passado, Dia do Exército Brasileiro, quando o Presidente da República participou da cerimônia comemorativa no Quartel-General do Exército. Ao cobrir o evento, parcela da mídia noticiou, também, a prisão de um oficial superior, que poderia ter sido realizada em qualquer outra data.
Parece que há um esforço deliberado e coordenado para comprometer a imagem das Forças Armadas junto à população. Por meio de abordagens distorcidas, são disseminadas narrativas que vilipendiam, injustamente, uma instituição que tem historicamente demonstrado compromisso com a estabilidade e a integridade do país. Concomitantemente, essas ações desviam o foco das responsabilidades daqueles que, em tese, deveriam dedicar-se a buscar soluções concretas para promover melhorias reais na vida do povo brasileiro.
O sensacionalismo em torno da prisão dos acusados, aliado à divulgação seletiva de informações e às declarações precipitadas de autoridades que deveriam agir com discrição, lança sobre as Forças Armadas uma sombra que não lhe pertence.
Diante disso, o Clube Naval, o Clube Militar e o Clube de Aeronáutica reafirmam sua dedicação aos princípios que orientam as Forças Armadas: o serviço à Nação e à defesa da paz e do bem comum. Convocam os brasileiros a se unirem em torno desses valores e exortam lideranças legítimas a promoverem a pacificação nacional e o respeito às Forças Armadas. Em tempos difíceis, alertam que a democracia e a estabilidade exigem vigilância constante e engajamento coletivo.
A honra e os valores das Forças Armadas permanecem acima de condenáveis ações isoladas ou narrativas oportunistas, simbolizando sua lealdade inabalável à Nação!
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