APÓS QUEDA NO CONSUMO DE DERIVADOS NO BRASIL, CRESCEM EXPORTAÇÕES DE PETRÓLEO CRU
O Brasil bateu novos recordes de exportação de petróleo cru, mas pode ser que isso não seja exatamente uma boa notícia. É que a queda no consumo interno afetou o volume de petróleo processado nas refinarias nacionais, fazendo com que o petróleo fosse vendido em maior quantidade diretamente para outros países, superando a marca de um milhão de barris exportados por dia, o que não acontecia desde 2010, segundo o jornal Valor Econômico.
Os dados da ANP apontam que as vendas atingiram uma média de 1,23 milhão de barris por dia no primeiro trimestre de 2017, cerca de 56% a mais do que no mesmo período de 2016, sendo que em fevereiro esse volume ficou em 1,55 milhão de barris de petróleo diários, a maior marca desde 2000, quando foi iniciada a série histórica da agência reguladora.
Os principais motivos para esta nova realidade são a queda de 4,5% no consumo de combustíveis no mercado brasileiro no ano passado, que levou a uma capacidade ociosa maior nas refinarias nacionais, assim como o aumento da importação de derivados, fruto da disputa por uma fatia maior do mercado entre as empresas que atuam no setor.
Desse total de petróleo exportado, 46% são relativos à Petrobrás, enquanto que o volume restante é oriundo das operações da Statoil, da Chevron e da Shell, dentre outras.
Além disso, a China tem sido o principal destino das exportações da Petrobrás, respondendo por mais da metade destas compras, mas o gerente de comercialização e marketing da estatal, Guilherme França, afirmou ao jornal que essa tendência independe das condições de contrato de financiamentos fechados com bancos chineses.
Isso a custa da perda de mercado interno da Petrobras ao gosto dos seus “gestores” tão aplaudidos pelas suas eficácias administrativas. É hilário.