ÁREA TÉCNICA DA PETROBRÁS APONTOU INVIABILIDADE ECONÔMICA DA RNEST EM 2009 | Petronotícias




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ÁREA TÉCNICA DA PETROBRÁS APONTOU INVIABILIDADE ECONÔMICA DA RNEST EM 2009

José Sérgio GabrielliTécnicos da Petrobrás alertaram a diretoria da empresa em 2009 sobre a inviabilidade econômica da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, antes do início da etapa de construção, mas a companhia optou por continuar com o projeto. De acordo com reportagem do jornal O Globo, a área técnica atestou aos seus superiores, naquele ano, que, caso o orçamento passasse de US$ 10,4 bilhões, a Rnest daria prejuízo. Naquele momento, a previsão de gastos já estava em R$ 13,4 bilhões.

O jornal afirma que a Petrobrás, então presidida por José Sergio Gabrielli (foto), contornou regras da sistemática de aprovação de projetos interna para que a construção seguisse adiante. Para isso, as análises referentes à refinaria vieram com anexos complementares, utilizados como artifícios para contornar o aviso técnico de inviabilidade econômica.

De acordo com a reportagem, a aprovação da fase quatro, posterior ao projeto básico, dependia de um indicador de viabilidade (Valor Presente Líquido – VPL) positivo, enquanto que a conclusão técnica apontava um VPL nulo (sem prejuízo, nem lucro) caso o orçamento estivesse em US$ 10,4 bilhões.

Nas análises complementares, então, para lidar com uma previsão de gastos já quase 29% maior do que o limite técnico, foram adicionados fatores como incentivos do governo federal de US$ 1,2 bilhão ao ano e US$ 4,2 bilhões em empréstimos de juro baixo pelo BNDES. Ainda nessa conta, calculou-se que a entrada de outro grupo de refino no Nordeste poderia gerar uma “perda potencial” de US$ 722 milhões para a Petrobrás. Ao final das análises complementares, ainda foi incluído o conceito contábil de perpetuidade, em que a refinaria tem previsão de operar infinitamente.

“Em termos práticos, significa estender indefinidamente o fluxo de caixa do projeto além dos 25 anos considerados tradicionalmente nas avaliações do refino”, diz o documento obtido pelo jornal O Globo.

Com essas inclusões na análise geral, o Valor Presente Líquido ficou positivo em R$ 76 milhões, levando à aprovação da continuidade do projeto, que inicialmente foi orçado em US$ 2,3 bilhões e já consumiu US$ 18,5 bilhões, com previsão de chegar à conclusão com orçamento total de US$ 20,1 bilhões.

A Petrobrás se defende dizendo que foram realizadas análises de sensibilidade e avaliação empresarial que apontaram para atratividade econômica positiva da refinaria. Além disso, afirma que a refinaria incrementa seu resultado operacional através da ampliação da capacidade de refino para atender o crescimento da demanda de derivados e da redução da importação de derivados. A empresa diz ainda que o sistema flexível de processamento da Rnest, baseado em dois trens de refino, pode receber tanto cargas de petróleo pesado nacional de menor valor, quanto cargas de petróleo mais leve, liberando as demais unidades do parque de refino para processar outros tipos de petróleo mais convenientes e atrativos.

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