ARGENTINA FAZ ACORDO PARA CHINA CONSTRUIR SUA QUARTA USINA NUCLEAR E DEVE FAZER ANÚNCIO OFICIAL NO G-20
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, está se preparando para assinar com a China a construção da quarta usina nuclear na Argentina, A usina nuclear será feita com um empréstimo de US$ 7,9 bilhões concedidos pela administração de Xi Jinping e aplicará quase exclusivamente a tecnologia chinesa. O fechamento das negociações com a China ficará a cargo do chefe de gabinete, Marcos Peña( foto a direita), que chegará a Pequim em 25 de junho. Peña viaja em ocasiões muito especiais. Sua ida à capital chinesa mostra a importância que Macri atribui a esse empreendimento tecnológico com a potência mundial. Tudo está pronto para o contrato ser assinado, faltando apenas pequenos ajustes técnicos.Quando as negociações em Pequim concluírem, Peña voará para Osaka, no Japão, com uma parada em Tóquio, para participar com Macri na Cúpula do G20. O presidente argentino planeja realizar reuniões bilaterais com Xi e Donald Trump. Para ambos, Macri deve agradecer: Xi a usina nuclear e Trump, seu apoio explícito na negociação com o Fundo Monetário Internacional.
Argentina e a China assinaram há um mês uma carta de intenções onde a ideia da administração de Xi Jinping para avançar com a construção de uma usina de energia nuclear na Argentina, que tinha fortes críticas da comunidade científica. Na cúpula de Osaka é muito provável que Macri e Xi façam o anúncio oficial, mas que o contrato não será assinado lá.
Na capital chinesa estarão também o subsecretário de Energia Nuclear, Julian Gadano e o embaixador argentino Diego Guelar. O secretário de Energia, Gustavo Lopetegui , não viajará para a China, mas ele já tem uma equipe permanente de três funcionários que estão permanentemente em Pequim para ajudar na assinatura deste contrato.
Irma Argüello, diretor de Não-Proliferação de Segurança Global, disse que “O projeto da China de energia nuclear é uma questão muito controversa porque a experiência da Argentina é reatores de urânio natural e água pesada, enquanto os chineses oferecem um reator chamado Hualong One, que é pouco enriquecido de urânio e água leve, mas não há experiência nacional neste tipo de tecnologia.” Desta forma, disse que a contribuição da indústria nacional para este projeto será muito menor do que se tivesse sido um outro projeto. Estima-se que apenas 15% da planta que a China projetada no país será com tecnologia argentina. “Esta é uma mudança estratégica que nos liga ao fornecimento de urânio enriquecido do reator”, acrescentou Argüello. Esta não é a única opinião crítica da iniciativa nessa linha. Alguns funcionários do Ministério das Relações Exteriores vêm alertando o Executivo sobre os riscos de manter uma dependência permanente da China na política externa e especialmente em áreas sensíveis como a energia no caso de barragens ou usinas nucleares.
Veja alguns detalhes do contrato assinado por Macri e Xi Jinping:
1 – A empresa China National Nuclear Corporation (CNNC) e o governo de Xi Jinping concederão um empréstimo de US$ 7,9 Bilhões por 20 anos.
2 – O empréstimo chinês será 85% do total da obra e a contribuição local será de 15% . A taxa de juros que a Argentina pagará à China será de aproximadamente 5,5%.
3- Nas negociações finais, houve uma redução no valor de cerca de US$ 1 Bilhão, que a Argentina conseguiu para o financiamento da base de investimentos da planta originalmente, que seria de US$ 9 Bilhões.
Deixe seu comentário