AS BOAS PERSPECTIVAS PARA O ANO QUE VEM PODEM ESTIMULAR FORMAÇÃO DE PARCERIAS ENTRE GOVERNO E O SETOR PRIVADO | Petronotícias




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AS BOAS PERSPECTIVAS PARA O ANO QUE VEM PODEM ESTIMULAR FORMAÇÃO DE PARCERIAS ENTRE GOVERNO E O SETOR PRIVADO

fotofotoDentro do nosso projeto de ouvir personalidades do mercado atuante e com credibilidade, convidamos o Presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore da ABIMAQ, Marcelo Campos. Ele acredita que as PPPs podem ser uma boas alternativas para o futuro e acredita que a união das associações de classe foi muito importante para a equação  do desenvolvimento dos setores de petróleo e gás. Veja suas opiniões:

1- Como analisa os acontecimentos de 2017 em seu setor?

– “ Na minha opinião, houve avanços expressivos na reorganização do segmento de Oil&Gas. Novos players importantes entrando no mercado, a Petrobrás se reestruturando para fazer frente aos desafios deixados pelas gestões anteriores e um mercado que ao meu ver, se parece mais com o mercado que queremos pro futuro. Acredito que os desafios ainda sejam relevantes para o nosso desenvolvimento, mas também sou da opinião de que o pior já ficou para trás. Os diversos elementos da equação desenvolvimento do Oil&Gas estão mais alinhados, boas conversas entre as Associações de Classe, ANP, MME, MDIC e a cadeia produtiva tem mostrado que existe o entendimento de todos sobre os ganhos que teremos ao potencializarmos as sinergias e deixarmos as ideologias de lado. O balanço foi positivo.”

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

– “ Falar de soluções para os problemas que o país atravessa seria um pouco pretencioso de minha parte, mas é senso comum que temos que trabalhar para mitigar o efeito nocivo que a infraestrutura precária causa na nossa economia. Devemos investir mais em PPPs para destravarmos uma economia que é grande, mas precisa de recursos que o governo sozinho não dispõe. O investimento em infraestrutura na relação com o PIB é ainda muito pequeno e para que possamos chegar a algum lugar, devemos mudar este cenário.

A demanda por recursos naturais arrefeceu no mundo todo e o Brasil não pode mais esperar que ser exportador de commodities seja o seu futuro. Temos que pensar este país no longo prazo e isso não se faz em 4 anos. As lideranças devem entender que o Estado requer planejamento de longo prazo como fazem os chineses. Uma economia mais aberta, com enfoque no empreendedorismo, na Pesquisa e Desenvolvimento e com uma Política Industrial bem definida, nos traria muitos benefícios. Precisamos educar nossas gerações com um plano que vislumbre aumentarmos o número de profissionais com curso superior, mestrado e doutorado. Precisamos pensar em acabar com o problema do saneamento básico, que mina o sistema de saúde e custa uma fortuna aos cofres públicos.

Temos que promover reformas profundas no nosso sistema tributário, que privilegia o capital em detrimento do consumo, mas que acaba por causar enormes distorções quando nos comparamos com economias ditas de primeiro mundo. Devemos promover uma reforma profunda também no nosso sistema educacional, que possa dar prioridade ao ensino básico gratuito, de qualidade e que mantenha os jovens na escola, promovendo desenvolvimento e mitigando o efeito nocivo que jovens sem educação causam na segurança pública. Poderíamos falar de diversas ações aqui, mas acho que é chover no molhado.  Precisamos de líderes mais comprometidos com o ideal de nação, pois até o momento não tivemos  ninguém que pensasse este país para os próximos 30-50 anos.”

3- Quais as perspectivas para 2018? Pessimistas ou otimistas?

“ Acredito que 2018 ainda será muito difícil para a Indústria, pois os investimentos serão feitos ao longo do ano, mas seu impacto será sentido apenas em 2019. No entanto, vejo com otimismo o ano de 2018, justamente porque iremos quebrar a inércia do investimento, que dará um nova perspectiva com expectativa de crescimento econômico. Isso irá se traduzir em otimismo, que parafraseando o grande Delfim Netto, vai contagiar os investidores e o mercado, pois a economia é basicamente isso: expectativa. No entanto, devemos ter certa cautela, pois 2018 é ano de eleição presidencial e os pré-candidatos que temos hoje ainda não confirmaram sua posição. Existem muitas incógnitas para as eleições e tudo pode acontecer com a Lava Jato ainda rondando o mundo político. Quem viver, verá.”

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