ASSOCIAÇÃO LATINA-AMERICANA DO AÇO PREVÊ RECUPERAÇÃO DO SETOR NA REGIÃO EM 2023 | Petronotícias




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ASSOCIAÇÃO LATINA-AMERICANA DO AÇO PREVÊ RECUPERAÇÃO DO SETOR NA REGIÃO EM 2023

Alejandro WagnerA expectativa da recuperação regional no setor de aço na América Latina, prevista para meados de 2022, só deve ocorrer a partir deste ano. A projeção é da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero).  Segundo a entidade, a desvalorização das moedas latino-americanas passou a ser pauta a partir de maio de 2022. Atrelado à valorização do dólar e aos impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia, há redução no preço das matérias-primas em geral. Entretanto, paralelamente, a indústria latino-americana apresentou um cenário de queda moderada da demanda. O consumo aparente da região, que em 2021 foi de 74,9 mil toneladas, após os primeiros 8 meses do ano anterior, apontava uma queda esperada de 9,5%, devendo fechar em 67,8 mil toneladas em 2022. Assim, a América Latina deve fechar 2022 com 105 kg/per capita, igual à média do período entre 2018 e 2019.

Apesar da maior queda na América Latina, percebe-se que a região foi mais resiliente, consumindo os mesmos 46% da média mundial obtida naquele período por pessoa. Por sua vez, o mundo deverá encolher apenas 3,7% em 2022 (226 kg/per capita), abaixo da média dos últimos dois anos anteriores à pandemia (228 kg/per capita). A expectativa de efetiva recuperação regional da América Latina prevista para meados de 2022 só deve ocorrer a partir deste ano, quando o consumo deve crescer +1,7%.

As incertezas políticas também são obstáculos potenciais, que podem interferir na implementação das reformas estruturais de que a região precisa. Em 2023, o nível de atenção está aumentando em torno das expectativas de menor crescimento global e condições financeiras menos favoráveis. Assim, uma lenta normalização dos atritos nas cadeias produtivas pós-pandemia impulsionaria o crescimento da produção nos setores consumidores de aço. Por isso, reforçamos que os maiores desafios em 2023 para os mercados latino-americanos são o aumento das pressões inflacionárias, restrições cambiais adicionais e incertezas políticas”, avaliou o diretor executivo da Alacero, Alejandro Wagner.

acoOutro fator que contribuiu para o desempenho do setor foi o custo da gasolina, que aumentou continuamente ao longo de 2022, impactando o transporte público, os orçamentos públicos e a agricultura. Os preços do petróleo subiram ainda mais no final de fevereiro em resposta à invasão russa e subsequentes sanções ocidentais. “Os preços mais altos da energia pressionam os orçamentos do governo, pois os políticos tentam manter os custos baixos limitando os aumentos de preços, cortando impostos ou aumentando os subsídios. Essas políticas têm desvantagens, incluindo o desvio de orçamentos de outros gastos sociais. Ou seja, o aumento dos preços da energia tem impactos diferenciados nos países da região, dependendo da posição de sua balança comercial energética e de sua capacidade de refino e preços internos favoráveis”, conclui Wagner.

Dados da Alacero indicam ainda que, em novembro de 2022, a produção de aço bruto atingiu mais de 4.900 mil toneladas, 8,8% a menos que em novembro anterior e 6,5% a menos que no mês anterior. Nos primeiros 11 meses de 2022 ficou 4,1% abaixo do mesmo período do ano anterior. A produção de laminados atingiu 4.440 mil toneladas, sendo apenas 0,9% superior à do mesmo mês do ano anterior e 3,7% inferior à do mês anterior. Nos primeiros 11 meses de 2022, a produção ficou 2,9% abaixo do mesmo período do ano anterior.

Quanto aos dados comerciais, as importações de aço laminado, em outubro de 2022, alcançaram 1.938 mil toneladas, sendo 17,7% inferior à de outubro de 2021 e 7,1% inferior ao mês anterior. Nos primeiros 10 meses de 2022 (21.337 mil toneladas) ficou 11,4% abaixo do mesmo período do ano anterior. Em relação às exportações, em outubro de 2022 foram registradas 663,2 mil toneladas, 25,1% a menos que no mesmo mês do ano anterior e 18,0% a menos que no mês anterior (setembro de 2022). Nos primeiros 10 meses de 2022 (9.104 mil toneladas) foi 31,1% superior ao mesmo período do ano anterior.

Os laminados atingiram um consumo de 5.765 mil toneladas, valor 3,6% inferior ao de outubro anterior e 1,2% inferior ao do mês anterior. No acumulado dos 10 primeiros meses de 2022 (58.508 mil t), ficou 8,1% abaixo do mesmo período do ano anterior. Destaque para os acumulados de: Chile (-29,2%); Colômbia (-14,0%); Brasil (-12,1%); México (-3,7%); Argentina (+1,8%); e Peru (+9,2%).

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