ASSOCIAÇÕES FAZEM APELO ÀS POTÊNCIAS MUNDIAIS PARA AMPLIAREM GERAÇÃO NUCLEAR, VISANDO ÀS METAS AMBIENTAIS
Os líderes mundiais têm uma oportunidade crítica nas cúpulas do G7, na Inglaterra, em junho, e na Pré-COP 26, na Itália, em setembro, “para definir uma nova direção ousada” na luta contra as mudanças climáticas. A visão foi apontada em uma carta aberta publicada por seis associações do setor nuclear de diferentes partes do mundo. A fonte termonuclear atualmente ocupa o primeiro lugar de fonte de eletricidade de baixo carbono nas economias desenvolvidas e a segunda maior globalmente. No entanto, em 2040, mais de 100 gigawatts de capacidade nuclear deverão ser desligados. Enquanto isso, durante o mesmo período, espera-se que a demanda global de eletricidade aumente em 50%. Segundo as entidades que elaboraram o texto, a escolha que os formuladores de políticas enfrentam é: arriscar “a maior perda de energia limpa da história mundial” ou preservar e expandir a contribuição comprovada da energia nuclear para reduzir as emissões.
“No mês passado, os líderes mundiais se reuniram para enfatizar a necessidade de ações urgentes para enfrentar a mudança climática. A Cúpula dos Líderes sobre Mudança Climática – e os compromissos discutidos – ocorreu em um cenário assustador: economias ao redor do mundo têm menos de 30 anos para cortar o carbono geral emissões para zero líquido. No próximo mês, o G7 assumirá este desafio, assim como os parceiros internacionais em Milão antes da COP26. Essas reuniões oferecem uma oportunidade crítica para definir uma nova direção ousada em nossa luta contra as mudanças climáticas”, diz a carta. O documento foi assinado pelos chefes da Canadian Nuclear Association, da Europe’s Foratom, do Japan Atomic Industrial Forum, do Nuclear Energy Institute dos EUA, da Nuclear Industry Association do Reino Unido e da World Nuclear Association – respectivamente, John Gorman, Yves Desbazeille, Shiro Arai, Maria Korsnick, Tom Greatrex e Sama Bilbao y León (foto).
Segundo as entidades, um primeiro passo para evitar o fechamento prematuro da capacidade de geração nuclear existente e acelerar a escala e o prazo para o investimento em nova capacidade nuclear seria reconhecer a fonte como limpa, de baixo teor de carbono e sustentável nas políticas e convenções nacionais e internacionais. Em segundo lugar, associações também aponta que estruturas políticas nacionais e internacionais devem garantir acesso igual ao financiamento do clima para todas as fontes de energia de baixo carbono, incluindo nuclear.
O terceiro ponto crucial apontado é que os países devem maximizar o potencial de geração de seus reatores nucleares existentes e construir substitutos para os reatores desativados, para garantir que o mundo não perca capacidade de energia limpa. Em quarto lugar, a carta diz também que as nações com experiência existente em energia nuclear civil devem apoiar os países que desejam implantar a energia nuclear de forma responsável, bem como expandir sua própria capacidade nuclear. Por fim, o documento sugere também que os países devem incluir a energia nuclear juntamente com outras tecnologias de energia de baixo carbono em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (as chamadas NDCs, na sigla em inglês) e em suas Estratégias de Desenvolvimento de Baixas Emissões.
“Com essas ações, os líderes globais podem aproveitar os investimentos anteriores em capacidade de baixo carbono enquanto buscam políticas tecnologicamente neutras que possibilitarão aos países implantar todas as opções de baixo carbono disponíveis”, concluem as associações na carta.
Nesta semana, a Agência Internacional de Energia (AIE) publicará o primeiro roteiro abrangente do mundo para que o setor de energia alcance emissões líquidas de zero até 2050. O documento estabelecerá o que será necessário de governos, empresas, investidores e cidadãos para descarbonizar totalmente o setor de energia e colocar as emissões em um caminho alinhado com um aumento de temperatura de 1,5 graus Celsius. A agência afirma que o documento, que será publicado amanhã (18) “ganhará impulso” antes da Cúpula da ONU COP26 em Glasgow, em novembro.
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