ATAQUES DE GRUPO ARMADO EM VILAS DA ELETRONUCLEAR ACENDEM UMA LUZ VERMELHA NA SEGURANÇA DAS USINAS NUCLEARES
Pouco mais de um mês, no dia 8 de dezembro, depois de uma quadrilha com 12 homens armados com fuzis e explosivos terem invadido o Condomínio de Mambucaba, terem feito reféns os trabalhadores da Eletronuclear que residem no local e explodido os caixas eletrônicos do local, nada de concreto e efetivo foi feito pelas autoridades estaduais e federais para melhorar a segurança. A vila residencial está instalada a oito quilômetros das duas usinas nucleares brasileiras. Um mês depois, no dia 9 de janeiro, a mesma quadrilha invadiu a vila residencial Praia Brava, a pouco mais de um quilômetro das usinas nucleares, onde também moram funcionários da Eletronuclear que trabalham em Angra 1 e Angra 2. A quadrilha teve a mesma forma de operar, impondo terror, explodindo caixas eletrônicos e fugindo em lanchas rápidas pelo mar. O próximo passo, obviamente, seriam as instalações da própria Usina Nuclear, na Praia de Itaorna, onde havia três agências bancárias que atendiam 1.400 pessoas trabalhando diariamente.
Na falta de uma ação reativa e efetiva por parte dos responsáveis pela segurança da região, a direção Eletronuclear, constrangida, ao que se sabe, tomou uma decisão extrema: retirou todos os caixas eletrônicos das vilas residenciais e mandou fechar as agências bancárias dentro da própria usina, temendo o pior. Sem dinheiro, não há assalto. Parece piada, mas explosivos e usinas nucleares não nasceram um para o outro. Sem segurança, é melhor evitar que o pior aconteça. Deus pode ser brasileiro e nos salvar de mazelas que ocorrem mundo afora, mas terroristas e assaltantes com fuzis e explosivos, não. O coração dessa turma é na sola do pé. Eles aterrorizaram os moradores das vilas e suas famílias, fugiram pelo mar e estão livres para cometerem outras barbaridades.
Essa vergonha que o Brasil passou, foi tema de uma reportagem especial de um importante jornal inglês, o The Guardian. Para os ingleses é impossível pensar em algo mais insano do que deixar a segurança de usinas nucleares sem planejamento. A quadrilha era composta por dez homens com lanchas rápidas, que aportaram na praia de Mambucaba e invadiram a vila. O jornal ouviu um pesquisador do Instituto de Energia da Universidade de Londres, Dr. Paul Dorfman, ele disse ao jornalista que “explosivos e armamentos modernos perto de qualquer usina nuclear era motivo de preocupação, mesmo que a explosão não causasse danos diretos aos reatores. Há preocupações graves e crescentes sobre o risco de ataque a uma usina nuclear em todo o mundo”
Os reatores estão sob proteção em prédios de aço e camadas de concreto, mas há outras partes sensíveis dentro de uma usina
nuclear que requer toda atenção. Os residentes do condomínio Praia Brava, ficaram aterrorizados com os ataques. Eles ficaram atordoados porque ninguém imaginou que isso poderia acontecer. Na verdade por ser uma área de segurança nacional, o Ministério da Defesa deveria assumir o controle das usinas nucleares e colocar soldados treinados para fazer a vigilância e garantir a segurança. É o mínimo que pode ser feito. O sinal foi dado. Não se pode comprometer a segurança de usinas nucleares. O Brasil, a Argentina e o México são os únicos três países latino-americanos com usinas nucleares em funcionamento. Angra 1 e Angra 2 fornecem 3% da eletricidade do Brasil. Trabalha-se para que as obras de Angra 3 seja reiniciada brevemente. A Eletronuclear esta procurando parceiros para termina-la e já assinou memorandos de entendimento com a empresa nuclear russa Rosatom e a China National Nuclear Corporation.
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