ATAQUES DE DRONES COM EXPLOSIVOS PODEM TER ATINGIDO UMA FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS NUCLEARES NO INTERIOR DO IRÃ
O Irã sofreu dois ataques de drones transportando bombas durante a noite de domingo (29) na cidade central de Isfahan e também em uma refinaria no noroeste do país, que se transformou em um incêndio de médias proporções. Em Isfahan, as bombas causaram alguns danos na fábrica, que pode ser de equipamentos nucleares. O ataque foi em meio a tensões regionais e internacionais intensificadas que envolvem a República Islâmica. O Ministério da Defesa iraniano não deu informações sobre quem suspeita ter realizado o ataque, no entanto, Teerã foi alvo de supostos ataques de drones israelenses quando o acordo nuclear com as potências mundiais entrou em colapso. Os detalhes sobre o ataque a Isfahan permanecem escassos. Uma declaração do Ministério da Defesa descreveu três drones sendo lançados na instalação, com dois deles abatidos com sucesso. Um terceiro aparentemente conseguiu atingir o prédio, causando “pequenos danos” ao telhado e não ferindo ninguém, disse o ministério.
As instalações nucleares e de defesa iranianas encontram-se cada vez mais cercadas por propriedades comerciais e bairros residenciais, à medida que as cidades do país se expandem cada vez mais. O Ministério da Defesa apenas chamou o local de “oficina”, sem detalhar o que ele fez. Isfahan, a cerca de 350 quilômetros ao sul de Teerã, abriga uma grande base aérea construída para sua frota de caças F-14 de fabricação americana e seu Centro de Pesquisa e Produção de Combustível Nuclear. O anúncio do ataque ocorre em um momento tenso no Irã, abalado por protestos pela morte de Mahsa Amini em setembro, tensões sobre seu programa nuclear e acusações de que Teerã tem fornecido drones à Rússia para a guerra na Ucrânia.
A TV estatal do Irã disse que o incêndio ocorreu em uma refinaria de petróleo em uma zona industrial perto da cidade de Tabriz, no noroeste, pode ter sido um outro ataque, mas não confirmou a informação. Israel não reivindicou a responsabilidade pelo ataque, mas a mídia israelense informou amplamente que o país orquestrou um ataque cibernético devastador que causou um blecaute na instalação nuclear. As autoridades israelenses raramente reconhecem as operações realizadas pelas unidades militares secretas do país ou sua agência de inteligência Mossad.
Para lembrar, em 2020, o Irã culpou Israel por um ataque sofisticado que matou seu principal cientista nuclear. O Irã sempre insistiu que seu programa nuclear é para fins puramente pacíficos. Além disso, Teerã foi acusado nos últimos meses de fornecer drones à Rússia para a guerra na Ucrânia, o que o Irã nega. O Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi (foto à direita), alertou recentemente que o Irã tem urânio altamente enriquecido suficiente para construir “várias” armas nucleares, se assim o desejar. Esforços para reviver um acordo de 2015 com as potências mundiais que impôs limites às atividades nucleares do Irã foram interrompidos no ano passado. Tanto os EUA quanto Israel prometeram impedir que o Irã adquira armas nucleares, sem descartar uma ação militar.
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