ATENTADO QUE MATOU MAIOR CIENTISTA NUCLEAR IRANIANO FAZ LÍDERES DO PAÍS PROMETEREM RETALIAR CONTRA ISRAEL

É muito grande a repercussão do atentado de ontem (27) que matou o principal cientista nuclear do Irã, Mohsen Fakhrizadeh. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei (à esquerda na foto), prometeu neste sábado retaliar e o presidente iraniano, Hassan Rouhani (à direita na foto), atribuiu o assassinato a Israel. O aiatolá disse no Twitter que a nação dê continuidade ao esforço científico e técnico em todos os âmbitos  em que o cientista estava trabalhando. Disse também  que autoridades iranianas vão assumir a tarefa de investigar e “castigar os autores e aqueles que deram a ordem”.

Fakhrizadeh, 59 anos, diretor do Departamento de Pesquisa e Inovação do ministério da Defesa, foi gravemente ferido quando seu carro foi atacado por vários indivíduos, que trocaram tiros com sua equipe de segurança. Ele  foi  um dos principais arquitetos do programa secreto de armas nucleares do Irã. O país mantém-se dentro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), o que implica inspeções internacionais em suas instalações atômicas. O atentado aumenta a tensão no Oriente Médio. O episódio também pode complicar os esforços dos E-3, França, Alemanha e Reino Unido para que Washington volte ao pacto nuclear de 2015, quando o Presidente Trump retirou os Estados Unidos

Vários cientistas especializados no programa nuclear iraniano foram assassinados nos últimos anos. As embaixadas de Israel foram postas em alerta máximo depois que o governo de Teerã ameaçou retaliar o assassinato. Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel afirmou que não comentaria a situação de segurança das instalações diplomáticas estrangeiras do país. Rouhani se comprometeu a impedir que a morte de Fakhrizadeh prejudique os avanços científicos do país e disse que o assassinato do especialista foi motivado pela incapacidade dos inimigos do Irã de impedir seu desenvolvimento. O cientista assassinado havia sido apontado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como o pai do programa iraniano que teria como objetivo produzir a bomba nuclear, intenção que o Irã sempre negou.