GEORADAR BUSCA OPORTUNIDADES EM PAÍSES VIZINHOS EM MEIO À CRISE BRASILEIRA
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br)
A Geonavegação lançou ao mar nesta semana o primeiro de dois navios de apoio a inspeção, reparo e manutenção financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM). O diretor da empresa, Carlos Branco, comentou que houve um pequeno problema no repasse de fundos pelo FMM, mas destacou que ainda assim o SDSV Ouro Preto foi finalizado dentro do cronograma. A segunda embarcação, SDSV Diamantina, está com cerca de 70% das suas obras concluídas. Ambos os navios foram contratados pela Petrobrás e darão suporte apenas a intervenções em águas rasas, de até 50 metros de profundidade. As embarcações foram desenvolvidas com a Belov Engenharia Subaquática e Portuária, em uma parceria inédita, e representam uma parte das atividades do grupo Georadar, que atua também em levantamento sísmico e outros serviços. Branco revela que estão começando a apostar em um programa de internacionalização como rota de fuga da crise brasileira, e pretendem focar uma parte das atividades do grupo nos mercados de Bolívia e Argentina. “O México também é uma possibilidade que vem sendo estudada dentro da empresa”, ressalta.
Quanto tempo levou o desenvolvimento da embarcação?
O período de construção do navio foi um pouco mais longo do que esperávamos. Nós tivemos um pequeno atraso no repasse de verba por parte do Fundo da Marinha Mercante, que foi resolvido no início deste ano. Apesar deste contratempo, o SDSV Ouro Preto ficou pronto dentro do cronograma oficial, um pouco atrasado com relação às nossas expectativas, mas dentro do prazo acordado.
Esta foi a primeira parceria da Geonavegação com a Belov Engenharia Subaquática e Portuária?
Sim. A parceria é recente, mas com ela estamos desenvolvendo duas embarcações: SDSV Ouro Preto e o SDSV Diamantina – em fase de construção, com cerca de 70% das obras concluídas. Ambas as embarcações estão contratadas pela Petrobrás para prestação de serviços como mergulhos de Inspeção, Reparo e Manutenção (IRM) das unidades estacionárias de produção e linhas submarinas da Petrobrás.
Como se dá a parceria entre as empresas?
A Geonavegação é responsável pela tripulação e tecnologia da embarcação, enquanto a Belov irá fornecer os mergulhadores para os serviços.
Quais os principais contratos da Geonavegação?
Nós temos cinco contratos com a Petrobrás. Três são mais antigos, e têm duração de oito anos, com possibilidade de renovação por mais oito. Os outros dois são os referentes aos SDSVs Ouro Preto e Diamantina, com validade de três anos, prorrogáveis por outros três.
Qual a primeira área para qual será enviada a embarcação?
A programação é de responsabilidade exclusiva da Petrobrás. Ainda não fomos informados de onde será a primeira operação do SDSV Ouro Preto.
Quantas pessoas a embarcação admite?
O navio é projetado para comportar 35 pessoas, dos quais 10 são mergulhadores, aptos a realizar as inspeções e manutenções necessárias.
Quais reparos podem ser realizados com a embarcação?
O barco é equipado com dois ROVs, sendo um para 300 metros e outro para 1.000 metros de profundidade. Os reparos, no entanto, serão, no máximo, até 50 metros de profundidade. Os ROVs são para observação apenas, não para trabalhos. As manutenções têm que ser feitas pelos mergulhadores. Para apoiar as operações, o barco conta com um sino de mergulho e uma câmara hiperbárica para possíveis acidentes de descompressão com os mergulhadores.
A crise do setor de O&G afetou a Geonavegação?
Não só a Geonavegação, mas o grupo Georadar como um todo foi bastante afetado. Nós somos a única empresa de sísmica terrestre no país, e este serviço é muito demandado pelo setor de exploração, que, por sua vez, foi o que sofreu mais impactos nos últimos três meses.
Algum plano de expansão das atividades?
Para fugir deste momento ruim nós estamos implementando um programa de internacionalização da Georadar. Nossa meta é expandir nossa atuação em sísmica terrestre, nossa especialidade, dentro da América Latina, focando principalmente nos mercados da Bolívia e Argentina. O México também é uma possibilidade que vem sendo estudada dentro da empresa.
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