AUMENTO DA CORRUPÇÃO NA PDVSA PROVOCA QUEDA NA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO NA VENEZUELA
A coisa não está nada tranquila para Venezuela e muito menos para sua petroleira, a PDVSA. Apesar dos bilhões de dólares que fluíram para a estatal venezuelana nos últimos anos, o petróleo bruto e a produção de derivados, a situação está se deteriorando a cada dia. Os efeitos que a corrupção no país está causando no país, foram reconhecidos pelo próprio ministro do Petróleo, Eulogio Del Pino, prometeu combate-la com firmeza: “O câncer de corrupção deve ser atacado de forma direta”. Embora o governo pareça estar intensificando sua campanha anticorrupção, a produção de petróleo continua ladeira abaixo.
Lá como cá. No início de setembro, nove funcionários de alto nível da PDVSA foram acusados pelo procurador-geral de terem sido envolvidos em crimes relacionados ao tráfico ilegal de petróleo bruto, conspiração criminal e corrupção. A notícia foi o último de muitos escândalos de corrupção que giraram em torno do gerenciamento em uma das maiores companhias de petróleo da América Latina. Os nove executivos que enfrentam cobranças, operam a produção de petróleo no oeste da Venezuela. Entre eles, Gustavo Malavé, diretor executivo de produção da PDVSA, e Juan Romero, presidente da Petrozamora, um empreendimento misto que produz 110 mil barris por dia, na qual a PDVSA tem a participação de 60% e a Grazprombank, da Rússia, 40%.
Em agosto, o empreendimento da Petrozamora estaria em posição de aumentar sua produção para 130 mil barris por dia, graças a um investimento de US$ 1 bilhão da Grazprombank. O investimento parecia indicar confiança na gestão da PDVSA. No final de agosto o escândalo apareceu depois que as autoridades detiveram o presidente da Petrozamora e toda a equipe de gerenciamento responsável pela produção no oeste da Venezuela. Em fevereiro deste ano, o diretor de correção, Pedro Leon, também foi acusado pelo procurador-geral de corrupção e procedimentos de contratação irregular. Mais de nove executivos foram presos, incluindo Jesus Osorio, gerente do terminal de petróleo no estado de Anzoatequi, e Francisco Velásquez, diretor-geral do empreendimento misto Petropiar em que a PDVSA possui 60% e Chevron 30%. Essa parceria produz 100 mil barris por dia. Em março, promotores disseram que estavam investigando Marcos Malavé, gerente de fornecimento e comercialização da PDVSA, por supostas irregularidades em contratos relacionados a importações de produtos refinados.
No escritório do procurador-geral, existem outros casos de corrupção pendentes relacionados à PDVSA. Um dos mais notórios foi em março de 2015, quando José Luis Parada, gerente da operação de comercialização doméstica da empresa, foi preso pelo suposto envolvimento no tráfico de contrabando de combustível. De acordo com relatórios, Parada escapou da prisão em fevereiro deste ano e não nunca mais foi visto. Em dezembro de 2015, o procurador dos EUA para a divisão do sul do Texas, apresentou acusações contra vários empreiteiros e fornecedores da PDVSA por suposta violação das leis anticorrupção e lavagem de dinheiro em relação aos contratos e serviços internacionais conectado a Bariven, uma operação PDVSA, desde os anos de 2009 até 2014.
A corrupção na PDVSA adicionou combustível ao fogo da crise política e econômica da Venezuela, pois afetou negativamente a produção de petróleo na Venezuela e privou o país de reservas internacionais muito necessárias. De acordo com dados não oficiais que os sindicatos de trabalhadores do petróleo mantêm, a produção nos campos de petróleo ocidentais caiu para 790 para 450 mil barris por dia, em 2015. Além disso, em Orinoco que a produção caiu de 12, milhão de barris por dia para apenas 700 mil. para 700 mil. No campo produzido pela El Furrial, em Monagas, a produção caiu abaixo de 400 mil barris por dia para menos de 200 mil.
Não há dados oficiais atualizados para a produção de petróleo venezuelana. Também não existem novos dados para o comércio de petróleo bruto, as importações de produtos refinados ou de petróleo leve, mas o país tem licitações regulares para importar petróleo leve e produtos. Os detalhes dos investimentos, custos e despesas também estão faltando. A transparência mínima apenas aumenta as suspeitas entre os críticos sobre o gerenciamento da PDVSA.
Ao contrário do Brasil, a Venezuela é totalmente dependente do petróleo. Se no Brasil a operação Lava Jato mostrou as entranhas da corrupção, na Venezuela será necessário um operação muito maior que um Lava Jato