AUMENTO NA CONTA DE LUZ DA LIGHT E NO AÇO MOSTRA INSENSIBILIDADE DIANTE DA CRISE DO CORONAVÍRUS | Petronotícias




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AUMENTO NA CONTA DE LUZ DA LIGHT E NO AÇO MOSTRA INSENSIBILIDADE DIANTE DA CRISE DO CORONAVÍRUS

Venda-de-AçoTem coisas que são difíceis de se explicar. Os dias já não estão sendo fáceis para o brasileiro, que se depara todos os dias com notícias preocupantes quando lê o jornal. Já não bastasse a atenção com a saúde, ainda existe o problema econômico causado pela paralisação de quase todas as atividades. Agora, os moradores do Rio de Janeiro terão mais um pouco de dor de cabeça. Eles estão sendo surpreendidos com a conta de luz deste mês, que traz o aviso de um reajuste médio de 5,98%. Não se trata aqui de questionar a legalidade do aumento. Contudo, neste tempo de incertezas no país, seria o momento adequado para aplicá-lo? O mesmo tipo de questionamento surge em relação a outro reajuste, o de mais de 20% nos aços planos, conforme noticiamos nesta semana. Sobre este último caso, o Petronotícias questionou o Ministério da Economia (ME) para saber se a pasta está acompanhando essa situação. As respostas, contudo, não foram animadoras.

Na primeira tentativa, a assessoria do ministério não respondeu diretamente nossas às perguntas. Pedimos um comentário sobre o aumento de preço do aço, justamente nesse momento difícil para o Brasil por conta da Covid-19. Perguntamos também se estava previsto alguma revisão para as normas anti-dumping que pune com multas as importações de aço. A pasta não mencionou nada sobre o aço e falou apenas da suspensão de direitos antidumping aplicados às importações de seringas descartáveis de uso geral e redução para zero das tarifas de importação de diversos produtos médico-hospitalares usados na luta contra o coronavírus no Brasil. As medidas, claro, são louváveis. Mas e o aço?

Voltamos a questionar o ME, que enviou novamente um posicionamento genérico: “O Ministério da Economia não comenta medidas em análise ou que ainda não são públicas. O grupo de monitoramento da crise econômica relacionada à Covid-19 está analisando diversas alternativas para reduzir os impactos da pandemia para o setor produtivo e para o setor público, com o objetivo de preservar especialmente a população mais vulnerável. As novas decisões serão informadas no momento em que forem devidamente finalizadas e tornadas públicas”. E pronto, acabou-se.

Para lembrar, no final da semana passada, empresas distribuidoras do Brasil receberam uma informação de que o aço plano receberia dois aumentos de mais de 10%, cada um, nos meses de abril e maio. Tão logo as companhias distribuidoras foram comunicadas, elas repassaram a informação aos seus clientes. Foi o suficiente para criar um alvoroço no mercado. Isso porque, diante de uma crise sem precedentes na história mundial,  onde milhares de empresas podem desaparecer e milhões de empregos ser eliminados, um aumento nos preços do aço é um ato de insensibilidade.

ea483504-ab74-1ba4-2308-99fda10fbc2bVale recordar também que, em novembro passado, a siderúrgica Gerdau teve um aumento nos preços de 8% a 12% para os produtos de aço longo no Brasil a partir de janeiro deste ano.  Já a Usiminas subiu o preço do produto em quase 13% em maio do ano passado. É bem verdade que estava previsto um novo reajuste para este mês de março, o que acabou não acontecendo. As empresas falavam em novo aumento, justamente porque a elevação praticada não teria sido suficiente para recompor o prêmio, em virtude tanto da valorização do preço no mercado internacional, como da taxa de câmbio. Mas o momento agora é outro com a pandemia do coronavírus, justamente em épocas de petróleo em queda e da maior epidemia que o ser humano enfrentou nos tempos modernos.

Sobre o caso do aumento da tarifa da Light, a medida foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O órgão regulador justificou que “a distribuidora teve ao longo do ano passado custos mais altos do que o previsto na tarifa para aquisição de energia, e que foram incorporados ao processo tarifário deste ano”. E acrescentou ainda que “o índice de reajuste foi influenciado pelo impacto do risco hidrológico na gestão da aquisição de energia, com a compensação dos valores de compra de energia não considerados no valor médio concedido na tarifa (CVA Energia) definida no último processo tarifário”.

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