AVEVA VÊ NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS PARA AJUDAR A INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS NA DIGITALIZAÇÃO E NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

A empresa britânica Aveva, que fornece softwares industriais para diferentes setores, está enxergando uma grande porta de oportunidades de negócios dentro do segmento de óleo e gás. Hoje (10), o Petronotícias entrevista o diretor de produtos da companhia, Rob McGreevy, que destaca como a indústria petrolífera está acelerando os seus investimentos em transformação digital e descarbonização. O executivo aponta que o conceito de trilema da energia (segurança, acessibilidade e sustentabilidade) está afetando múltiplos setores, especialmente os mercados de energia e petróleo e gás. “Ambos estão encontrando novos caminhos para produzir energia e combustível limpos”, opinou. “O projeto de novas instalações, dutos e infraestrutura precisa ser mais rápido e otimizado, considerando a previsão da matéria-prima renovável e como ela será integrada às instalações existentes. Também é necessário otimizar as operações existentes para reduzir a pegada de carbono atual e prepará-las para incorporar mudanças futuras”, acrescentou. Para o executivo, as tecnologias como Inteligência Artificial, compartilhamento de dados e o metaverso industrial serão essenciais para acelerar o desenvolvimento de indústrias climáticas positivas no futuro. “Ao fornecer aos clientes dados em tempo real e prover suporte à eficiência operacional aprimorada, a Aveva está ajudando milhares de clientes em vários setores a reduzir significativamente o consumo de energia e as emissões”, declarou.

Como está o cenário internacional de digitalização industrial? Quais segmentos têm investido mais nessa área e quais são os fatores que estão impulsionando esse movimento?

Com a indústria e a energia responsáveis por quase 65% das emissões globais, nossos clientes estão focados na descarbonização, impulsionando a circularidade e a eficiência de materiais.

Independentemente do setor ou geografia, muitas empresas têm muitos dados e lutam para gerenciá-los: 89% das empresas industriais citam o gerenciamento e a visualização de dados como a chave para seu sucesso na nova economia. Também está comprovado que informações industriais bem gerenciadas impulsionam a eficiência e a sustentabilidade: a consultoria Gartner estima que as empresas que gerenciam e compartilham dados com eficiência geram ganhos de eficiência de aproximadamente 3 vezes.

Recentemente, na Hannover Messe 2023, mostramos como a inteligência industrial como serviço está transformando-se na chave para a transição energética, garantindo agilidade na cadeia de suprimentos e permitindo a transição justa para uma economia sustentável e de baixo carbono para todos, impulsionando a resiliência econômica de longo prazo e o crescimento.

Quais os principais benefícios que a digitalização pode trazer para as organizações industriais?

As organizações industriais estão constantemente procurando maneiras por mais eficiência e sustentabilidade. A digitalização oferece uma solução para ambos os desafios. Como líder global em software para o setor industrial, a Aveva potencializa a digitalização para permitir que as empresas projetem fábricas ou usinas de energia eficientes, por exemplo, e as construam e operem com eficiência. Nosso amplo portfólio de soluções baseadas em dados e inteligência artificial, em parceria com a Schneider Electric e a Microsoft, oferece suporte ao uso reduzido de energia e oferece ganhos tangíveis em todos os setores industriais que atendemos: 90% das empresas líderes em 12 setores industriais de alimentos e manufatura para energia, energia, infraestrutura e marinha, utilizam as soluções da Aveva que estão ajudando a fornecer o essencial da vida: energia segura e confiável, alimentação, infraestrutura e transporte.

Existem diferenças de maturidade digital industrial entre os vários segmentos, incluindo Energia, Óleo & Gás, Químico e Petroquímico, Alimentos e Bebidas, Mineração, Indústria Naval, Saneamento, Infraestrutura etc.? Por que isso acontece?

Sim, existem diferenças e isso acontece porque cada segmento avança de acordo com o retorno obtido a partir dos investimentos digitais e as prioridades urgentes que impulsionam as mudanças. Óleo & Gás, por exemplo, é impulsionados pelo custo do petróleo e pela pressão para reduzir a pegada de carbono. Suas operações são bem instrumentadas, permitindo um ritmo acelerado de digitalização. Já no setor de Alimentos e Bebidas, há uma grande preocupação com a segurança alimentar, a reciclagem e a agilidade da cadeia de abastecimento, levando o foco da digitalização para a gestão da cadeia de abastecimento.

Nos últimos anos, as soluções digitais evoluíram significativamente, tornando-se mais econômicas, fáceis e rápidas de implementar. Com isso, os investimentos digitais têm levado a melhores ROI (Return over Investment), tornando-se mais atraentes para outros segmentos. Com um bom ROI das soluções digitais e as crescentes pressões e regulamentações do mercado para melhorar a sustentabilidade no setor industrial, esperamos que mais segmentos acelerem a ascensão de seus níveis de maturidade digital.

Na avaliação da Aveva, qual é o principal obstáculo para uma compreensão mais abrangente da relevância da inovação e conectividade no setor industrial?

Como as soluções digitais estão em constante evolução e diferentes segmentos exploram e implementam essas soluções de maneiras diferentes, não há padrões ou abordagens comuns disponíveis. Por exemplo, o termo “gêmeo digital” (‘digital twin”) é usado de maneiras diferentes e tem significados diferentes para os vários setores industriais.

O aumento da adoção de software industrial é um processo natural à medida que os benefícios começam a ficar mais claros e evidentes. Devemos ver uma linguagem comum e uma melhor troca de informações e experiências entre as diferentes indústrias.

Apesar do ritmo acelerado dos avanços do software industrial, a adoção digital e a mudança de cultura necessária para permitir a transformação real ainda são lentas. As equipes continuam trabalhando em silos dentro de suas organizações, lidando com sistemas díspares, o que leva à inconsistência de informações, atrasos e tomadas de decisão abaixo do ideal.

Dentro da mesma organização temos, entre outros, equipes de engenharia, de operações e de gerenciamento que devem lidar com produção, utilidades, armazenamento, expedição etc., mas ainda trabalham isoladamente, com aplicativos específicos que não estão conectados entre si, impedindo que as partes interessadas tenham uma visão geral e trabalhem em direção a objetivos de negócios comuns.

Se é desafiador conciliar informações e possibilitar a colaboração dentro da mesma organização, imagine em toda a cadeia de suprimentos e seu ecossistema. É impossível superar as maiores dores do mundo se as indústrias continuarem trabalhando isoladas.

Disrupções na cadeia de suprimentos, a intensa dinâmica de mercado, as pressões por descarbonização e a necessidade de preparar uma nova força de trabalho não desaparecerão se as empresas industriais não mudarem rapidamente a maneira como trabalham. A boa notícia é que a tecnologia digital necessária já está disponível e funcionando em vários lugares.

O primeiro passo é aproveitar, ao máximo, o que já existe e adotar as peças que faltam para acelerar a conectividade. O que chamamos de economia industrial conectada está surgindo lentamente e vai além de conectar aplicativos. Ela conecta dados e informações dentro da organização e entre fornecedores, clientes e parceiros, e todo o ecossistema.

Ao conectar dados e informações, eliminamos inconsistências, retrabalhos e atrasos. Ao usar software industrial para melhorar a forma como projetamos, operamos e gerenciamos as cadeias de suprimentos, as empresas industriais podem acelerar a digitalização industrial para atingir suas metas de negócios e sustentabilidade.

Na avaliação da Aveva, em comparação a outros países, qual é, hoje, a maturidade digital das empresas no Brasil?

Segundo o Google gMaturity, novo índice que avalia a maturidade digital das empresas, seis em cada dez empresas atingiram os estágios mais avançados de maturidade digital no Brasil. No início da análise, em janeiro de 2022, a maioria (58%) era classificada como emergente.

Em dezembro de 2022, a maior concentração de empresas estava no nível conectado, o segundo maior estágio de maturidade digital. Os setores de Mobilidade, Serviços, Bens de Consumo e Educação apresentaram maior evolução na maturidade digital, enquanto Finanças e Varejo já vinham se destacando pelo alto nível de maturidade alcançado nos anos anteriores.

O Banco Mundial também reconheceu recentemente o Brasil como o segundo governo digital mais maduro do mundo. No entanto, como em muitos outros países, as indústrias de transformação ainda se encontram em um processo intermediário de amadurecimento, o que abre grandes possibilidades para nossos clientes seguirem uma tendência já consolidada em outros segmentos da economia brasileira.

Em quais segmentos industriais a digitalização está avançando mais rapidamente no Brasil e por quê?

O Google gMaturity coloca Bens de Consumo entre os setores industriais mais digitalizados do Brasil, no qual a Aveva atende clientes globais como Nestlé e Danone. O fato de o Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo impulsiona ainda mais a digitalização desse segmento.

Também há avanços significativos no setor de Mineração, Metais e Siderurgia, no qual a Aveva apoia a jornada de transformação digital de clientes como VALE, CBMM e Votorantim, e em Energia, com destaque para a Petrobras. Os segmentos de Óleo & Gás e Energia Renovável também aceleraram sua digitalização, com empresas como RAÍZEN e São Martinho extraindo o máximo de suas lavouras usando nosso software para produzir etanol e eletricidade a partir de biomassa.

Como a digitalização pode ajudar as organizações industriais a lidarem com o trilema da energia?

Prevê-se que a demanda global de energia aumente 47% nos próximos 30 anos. Enfrentar o trilema – segurança energética e acessibilidade, ao mesmo tempo que atende aos compromissos líquidos zero – é o maior desafio enfrentado atualmente por todas as indústrias. As tecnologias digitais têm um papel fundamental a desempenhar na capacitação das indústrias com informações e insights que podem levar a um futuro sustentável. As organizações industriais estão em busca de software inovador desenvolvido especificamente para os setores de energia, infraestrutura e manufatura, e projetado para impulsionar um futuro sustentável, e é isso que obtêm ao trabalhar com a Aveva.

Quais setores têm buscado mais a Aveva para auxiliar nessa jornada?

O trilema da energia afeta múltiplos setores, mas podemos destacar os setores de energia e petróleo e gás. Ambos estão encontrando novos caminhos para produzir energia e combustível limpos. O segmento de energia está expandindo o uso de energia eólica e solar para produzir eletricidade, e o setor de O&G está, lentamente, em transição para se tornar o novo setor de energia, que utiliza matéria-prima renovável e que está aumentando sua capacidade de produção de hidrogênio limpo e utilização e armazenamento de captura de carbono.

De qualquer forma, garantir a segurança e a equidade energéticas é um desafio, mas o software industrial é um facilitador essencial para a transformação pela qual esses setores precisam passar.

O projeto de novas instalações, dutos e infraestrutura precisa ser mais rápido e otimizado, considerando a previsão da matéria-prima renovável e como ela será integrada às instalações existentes. Também é necessário otimizar as operações existentes para reduzir a pegada de carbono atual e prepará-las para incorporar mudanças futuras.

Por fim, todos os players devem estar conectados para compartilhar dados e garantir que toda a cadeia de valor de energia funcione sem problemas.

E a Aveva está ajudando os clientes em todas as frentes: engenharia e projeto mais rápidos, operação confiável e gerenciamento da cadeia de suprimentos. Também ajudamos os segmentos downstream, como produtos químicos e manufatura, a gerenciar e reduzir seu consumo de energia e melhorar a flexibilidade para explorar opções mais limpas de fontes de energia e combustíveis.

Como a Aveva pretende ajudar as empresas em seu desafio de zerar as emissões e alcançar operações mais sustentáveis?

As tecnologias da Quarta Revolução Industrial, como Inteligência Artificial, compartilhamento de dados e o metaverso industrial, são essenciais para acelerar o desenvolvimento de indústrias climáticas positivas no futuro.

As soluções da Aveva, localizadas no nexo das revoluções digital e da sustentabilidade, estão perfeitamente posicionadas para fornecer cadeias de valor de baixa emissão, que são essenciais para capitalizar as oportunidades de crescimento verde que temos pela frente.

Desde o projeto de um local de produção até a operação e a otimização de seu processo, a Aveva demonstra o valor de informações industriais bem gerenciadas para impulsionar a eficiência e a sustentabilidade.

Ao fornecer aos clientes dados em tempo real e prover suporte à eficiência operacional aprimorada, a Aveva está ajudando milhares de clientes em vários setores a reduzir significativamente o consumo de energia e as emissões.

Dois exemplos disso no setor de manufatura são a Toyota e a Henkel. A Toyota reduziu o consumo de energia em 35% e o impacto de CO2 em 28% usando o Aveva PI System para monitorar o uso de energia. Quanto à Henkel, a fabricante global de produtos para lavanderia, cortou o uso de energia em 6% ano a ano por dez anos usando o Aveva MES (Manufacturing Execution System) para otimizar o uso de energia em suas fábricas de detergentes. Isso gerou uma economia de € 15 milhões.