BAIXA LUCRATIVIDADE LEVA PETROBRÁS A VENDER REFINARIA NO JAPÃO

O refino de petróleo no Japão já não está sendo lucrativo para a Petrobrás, fazendo com que a companhia venda sua refinaria em Okinawa ainda este ano. A queda no valor do barril do petróleo e diminuição da demanda do mercado japonês têm afetado a lucratividade da unidade. Como alternativa, a Petrobrás deverá construir um terminal de importação, para assegurar abastecimento de derivados de petróleo da Coreia do Sul e de outras refinarias japonesas, vendendo a unidade para outro atacadista. As informações foram publicadas nesta quinta-feira pela agência japonesa Nikkei.

A Petrobrás entrou no mercado japonês em 2008, com a aquisição de 87,5% da refinaria Nansei Sekiyu da TonenGeneral Sekiyu por US$ 70 milhões. Em 2010, o restante do empreendimento foi adquirido pela companhia, mas, nos últimos anos, a unidade vem operando somente em carga mínima, longe da meta inicial de produção de 100 mil barris de petróleo por dia. A venda do empreendimento é um desejo da estatal há alguns anos, mas só agora a unidade será vendida para outro atacadista, segundo a agência japonesa.

A compra da refinaria ocorreu durante a gestão do ex-presidente Sergio Gabrielli, hoje investigado pela Operação Lava-Jato. Na época, outros investigados ainda estavam exercendo cargos de diretoria na companhia, como Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Nestor Cerveró (Internacional).

A Petrobrás confirmou as decisões em relação à refinaria de Okinawa. Veja a nota na íntegra:

“A Petrobrás informa que decidiu dar início a seu plano de saída de Okinawa, Japão. O plano prevê encerramento das atividades de refino da refinaria Nansey Sekiyu (NSS). Para manter o abastecimento da ilha de Okinawa a NSS dará continuidade à atuação do terminal marítimo de carga até a finalização do plano, que será conduzido em estreita colaboração com o METI (Ministry of Economy, Trade and Industry) japonês. Durante todo o processo, a Petrobrás continuará a atuar de forma responsável e alinhada às melhores práticas de responsabilidade socioambiental, comprometida com a população de Okinawa e com sua força de trabalho local”.