BALANÇO DA PETROBRÁS DEVERÁ APONTAR PERDAS DE R$ 10 BILHÕES COM CORRUPÇÃO
O tão esperado balanço referente ao terceiro trimestre do último ano da Petrobrás deve ser divulgado na próxima semana com um prejuízo impactante, referente ao reconhecimento de perdas com desvios e corrupção. A grande interrogação é o valor que será classificado como baixa contábil devido a isso, montante que está sendo especulado na ordem de R$ 10 bilhões, segundo reportagem do jornal O Globo desta quinta-feira (22). A publicação afirma que soube ainda, por uma fonte do governo, que a previsão de investimentos para este ano deve ser cortada em 30% no novo plano de negócios, impactada principalmente pela queda do preço do barril de petróleo. A liberação da informação para o jornal, se confirmada, pode ser parte de uma estratégia do governo para tirar o impacto da notícia quando ela for oficializada pela própria Petrobrás.
Entre os casos que totalizam este valor estão a construção das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio de Janeiro, além da modernização das refinarias Repar , no Paraná, Replan, em Paulínia (SP) e Henrique Lage, em São José dos Campos (SP). Por fim, as obras do Gasoduto Urucu-Manaus, no Amazonas, e Cabiúnas, no Rio de Janeiro.
A companhia disse em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que vai incluir “a avaliação individual de ativos e projetos cuja constituição se deu por meio de contratos de fornecimento de bens e serviços firmados com empresas citadas na Operação Lava-Jato, inclusive a refinaria Abreu e Lima, o que poderá resultar no reconhecimento de perdas e consequente revisão de seu ativo imobilizado atual”.
Na próxima terça-feira (27), o Conselho de Administração da Petrobrás irá se reunir para aprovar o balanço do terceiro trimestre, ainda sem o aval da auditoria externa contratada, PricewaterhouseCoopers. Nele, a companhia vai abater do seu lucro o valor dos contratos que estão sob suspeita de corrupção. Para isso, a estatal tomou como base os depoimentos de delação premiada feitos por ex-funcionários da Petrobrás, incluindo o ex-diretor Paulo Roberto Costa, e executivos das empresas fornecedoras à Justiça.
Os investimentos da companhia no próximo ano também devem sofrer um corte de cerca de 30%, número que a Petrobrás não nega nem confirma. A previsão inicial, de acordo com o Plano de Negócios 2014-2018, era de US$ 44 bilhões. Em nota, a companhia disse estar revisando seu planejamento para 2015, implementando uma série de ações voltadas para a preservação do caixa, de forma a viabilizar seus investimentos sem a necessidade de efetuar novas captações, tomando por premissas taxa de câmbio de R$ 2,60 e preço médio do barril do Brent em 2015 de US$70.
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