BALANÇO FINAL DA ROG.e MOSTRA MUITO BOA ORGANIZAÇÃO DO CONGRESSSO E DA FEIRA, MAS A ESTRUTURA RUIM MERECE NOTA 3
Durante quatro dias, a indústria do petróleo mundial viveu momentos de grande alegria com as oportunidades de negócios surgidas com a realização da Rio Óleo & Gás e Energia (ROG.e) no Rio de Janeiro. Desde os momentos áureos do segmento no país, quando do surgimento do pré-sal, o Brasil sendo a Bola da Vez, não havia tanto otimismo das empresas estrangeiras e ainda mais das brasileiras. Depois da Lava Jato, as empresas estrangeiras passaram a nadar de braçada nos negócios da Petrobrás no Brasil. Um exemplo simples pode ser visto ainda como resultado da administração da estatal no ano passado. As empresas fornecedoras que foram premiadas tiveram seus nomes anunciados ontem (26). Das 33 empresas, apenas nove eram brasileiras. Algumas até com Brasil no nome, mas subordinadas à sedes internacionais. O trabalho do IBP foi bem organizado do ponto de vista técnico. Mas o local escolhido para um evento tão grande não foi acertado este ano. O evento cresceu demais e o local não foi adequado, causando mais má impressão aos visitantes, do que prazer em estar ali. A prefeitura do Rio, por ter um desejo de revitalizar a área, pode ter ficado satisfeita, mas o prefeito Eduardo Paes, talvez por sua ligação com Lava Jato, não foi um dia prestigiar o maior evento da indústria do petróleo na América Latina, que estava sendo realizado na cidade em que ele administra.
O desconforto das pessoas começava pelas dificuldades da chegada, sem nenhuma vaga para estacionamento, e poucos táxis para o volume de pessoas; para credenciamento, filas do lado de fora, no sol (ainda bem que não choveu); internamente um calor que provocava irritação e desgaste. Os banheiros, bem, o melhor era nem beber água, porque as filas estavam gigantescas para entrar, sempre com alguém mais apertado querendo furar a fila. A higiene interna, bem, vamos pular esta parte. Era uma realidade, pelo menos nos banheiros masculinos. As empresas que estavam expondo no andar de cima, não tiveram o prestígio de serem visitadas por pessoas mais velhas ou com dificuldade de locomoção. Se falou muito em descarbonização, diversidade, acessibilidade, mas nesse quesito, ninguém pensou nisso, quem ficou responsável por organizar esta parte, faltou a aula de respeito aos mais velhos. Voltou três casas.
Todos da organização já estão carecas de terem vistos os bons exemplos que a OTC, em Houston, deixa todos os anos. Um evento grande e vitorioso, como foi a ROG.e 2024, não pode tropeçar nas coisas óbvias. O número de empresas que patrocinaram o evento e mais a arrecadação dos expositores, venda de direitos pelo espaço e ingressos dão a impressão que não foi por falta de dinheiro. O credenciamento dos estrangeiros podem ser feitos em nossos dois aeroportos, ainda na chegada dos participantes. Desafoga a entrada da organização.
O Rio de Janeiro tem locais melhores para que uma feira como esta seja organizada. Com estacionamentos, carrinhos ou pequenos trens, para que as pessoas cheguem ao evento; numa cidade como o Rio de Janeiro, nesta época do ano, faz calor e chove forte. A sala de imprensa precisa dar condições confortáveis para os jornalistas que fazem a cobertura. São eles que vão levar a mensagem para o público. Passa uma boa impressão. É um exemplo em qualquer feira internacional nos Estados Unidos ou na Europa. O IBP está recebendo milhares de convidados. E isso pode ser feio melhor. O Congresso, a organização dos estandes, as palestras com a participação das empresas, tudo muito bom. Mas aí, parodiando um personagem da Escolinha Professor Raimundo, na hora de tirar um 10…
Essa feira era feita no Rio Centro. Era excelente. Estacionamento, organização, infraestrutura e espaço de sobra. Para os profissionais administrativos e novos no mercado, como havia espaço, a maioria dos expositores levava equipamentos, o que dava um toque pratico na feira. Agora é uma feira de troca de cartões. Essa foi minha primeira visita na ROG nesse local. Se não mudar, não volto.