BANCO MUNDIAL NÃO VAI MAIS FINANCIAR PROJETOS DE ÓLEO E GÁS A PARTIR DE 2019

O Banco Mundial, presidido por Jim Yong Kim,  anunciou que não financiará mais projetos de  petróleo e o gás  depois de 2019. Foi um dos vários movimentos anunciados pelo grupo na One Planet Summit, realizada em Paris. O grupo disse que, para “alinhar o seu apoio aos países para cumprir os objetivos do Acordo de Paris”, ele não vai mais investir em petróleo e gás. O financiamento só acontecerá em  circunstâncias excepcionais. O banco só irá considerar o financiamento do gás nos países mais pobres, onde “há um claro benefício em termos de acesso à energia para os pobres e o projeto se enquadra nos compromissos dos países em Paris”.

 O Banco Mundial disse que está no bom caminho para atingir seu objetivo de 28% de seus empréstimos para a ação climática até 2020 e cumprir os objetivos do seu Plano de Ação de Mudanças Climáticas, desenvolvido na sequência do Acordo de Paris: “Em linha com os países que apresentam contribuições atualizadas e potencialmente mais ambiciosas, o Grupo do Banco Mundial apresentará um estoque de seu Plano de Ação de Mudanças Climáticas e anunciará novos compromissos e metas além de 2020 na COP24 na Polônia em 2018.”

 A partir do próximo ano, o banco  informará as emissões de gases de efeito estufa dos projetos de investimento que financia nos principais setores produtores de emissões, como a energia. Estes resultados serão publicados no final de 2018 e, anualmente, posteriormente. O Banco Mundial disse ainda  que aplicará um “preço sombrio” sobre o carbono na análise econômica de todos os projetos do International  Bank for Reconstruction and Development.  A Corporação Internacional de Finanças começou a usar o preço do carbono em setores-chave em janeiro e continuará a ser o mesmo a partir de janeiro de 2018.

A diretor-geral da Associação Nuclear Mundial, Agneta Rising, disse: “O Banco Mundial deve ser responsabilizado por não suportar igualmente todas as tecnologias limpas”. Ela notou que o Cenário de Desenvolvimento Sustentável da Agência Internacional de Energia afirma que uma mistura de tecnologias de energia limpa, incluindo energia nuclear, é necessária para atingir os objetivos ambientais e os objetivos globais de desenvolvimento. O Banco Mundial tem uma política desatualizada que não aproveita todas as tecnologias limpas, especialmente os serviços nucleares que dão à sociedade e ao sistema elétrico. A AIE reconhece que a energia nuclear tem um papel fundamental a desempenhar. Esperamos que o Banco Mundial faça o mesmo”. Ela acrescentou: “Se quisermos alcançar um futuro de energia sustentável que proteja o planeta, precisamos fazer o melhor uso de todas as opções de baixo carbono. A indústria nuclear global estabeleceu o objetivo de abastecer 25% da eletricidade mundial 2050, o que exigiria a construção de 1000 GWe de nova capacidade nuclear. O Banco Mundial deveria ajudar a apoiar esse objetivo, em vez de excluir arbitrariamente opções vitais de baixa emissão de carbono, como a energia nuclear “