BARUSCO AFIRMA QUE PT RECEBEU ATÉ US$ 200 MILHÕES DE PROPINA EM 90 CONTRATOS DA PETROBRÁS | Petronotícias




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BARUSCO AFIRMA QUE PT RECEBEU ATÉ US$ 200 MILHÕES DE PROPINA EM 90 CONTRATOS DA PETROBRÁS

pedro baruscoO depoimento do ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco veio à público nesta quinta-feira (5), revelando novos valores de propinas pagas em contratos da estatal. Ele afirmou que o Partido dos Trabalhadores, por meio do tesoureiro João Vaccari Neto, recebeu até US$ 200 milhões em propinas relativas a 90 contratos da Petrobrás de 2003 a 2013, enquanto Vaccari teria embolsado cerca de US$ 4,5 milhões até o mês de março de 2013. Ele disse que Duque e Vaccari tinham uma relação muito próxima, com percentuais definidos para cada um nos valores negociados.

Os pagamentos, segundo o antigo gerente de engenharia da estatal, foram realizados até o mês de fevereiro de 2014, incluindo pagamentos feitos em relação a contratos da diretoria de Gás e Energia, que foi comandada por Graça Foster entre 2007 e 2012. Ainda no depoimento, prestado no dia 20 de novembro e revelado agora, Barusco contou que o esquema em que ele participava envolvia sistematicamente o ex-diretor de Serviços Renato Duque e o ex-diretor internacional Jorge Luiz Zelada.

 “Quando os contratos envolviam a Diretoria de Gás e Energia, cujo diretor inicialmente era Ildo Sauer e depois Maria das Graças Foster, o porcentual de propina variava normalmente entre 1% e 2%, mais próximo de 2%”, afirmou, dizendo no entanto que nenhum dos dois participava do esquema, complementando que, se eles sabiam, “conservaram isso para si” .

Barusco acusou Vaccari Neto de estar envolvido em negociações ilícitas entre funcionários da Petrobrás, empresas nacionais e internacionais para 21 contratos de construção naval, num valor estimado de US$ 22 bilhões. Segundo ele, cada um dos agentes ficou com cerca de 1% dessa negociação como propina. O tesoureiro ficou com dois terços de sua parte, enquanto o terço restante foi pago como forma de propina para executivos da Petrobrás e da Sete Brasil. Barusco negou a versão das empreiteiras de que as propinas vinham de pressões e ameaças da estatal, classificando a corrupção como uma situação “endêmica e institucional”.

O ex-gerente disse ainda que Duque pedia semanalmente R$ 50 mil em dinheiro de propina cobrada em contratos com a Petrobrás e que continuou a recebê-las em conta no exterior, mesmo depois de ter deixado o posto, em 2012. Ele citou ter recebido propinas da Odebrecht e da holandesa SBM em contas no exterior, admitindo que os valores eram pagos desde 1997 em bancos da Suíça e do Panamá, tendo como operadores Julio Faerman e Mario Góes. Faerman é apontado pelos investigadores como responsável por intermediar pagamentos de até US$ 30 milhões em propinas da SBM para funcionários da Petrobrás.

Ele explicou ainda que a divisão das propinas, quando eram cobradas sem operador, ficava em 60% para Duque e 40% para ele. Quando havia operador, como Vaccari, segundo Barusco, a divisão mudava, sendo 40% para Duque, 30% para o operador e os 30% restantes para ele próprio.

O ex-gerente apresentou documentos referentes a obras da Refinaria Abreu e Lima em 2008 para comprovar o superfaturamento, afirmando que o orçamento estava no valor máximo possível. Barusco ainda confirmou que as propinas eram pagas a ele, a Renato Duque, e, eventualmente, a Jorge Luiz Zelada. Por conta disso, ele disse ter mais de US$ 67,5 milhões em contas fora do país, 12 delas em nome de empresas offshore envolvidas nos casos de corrupção. O delator se comprometeu a devolver a quantia, com uma multa de US$ 3,25 milhões. Ao todo, Barusco confirmou que, de 2005 a 2010, ele e Duque receberam propinas em mais de 60 contratos assinados entre empreiteiras e a estatal. O ex-gerente acumulou, com essas transações, propinas no valor de US$ 97 milhões.

O PT não se pronunciou sobre o caso, enquanto Vaccari e Duque negam qualquer participação nos escândalos de corrupção da Petrobrás.

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A Sete Brasil é uma paraestatal criada em 2011 por articulação de Gabrielli e investidores em infraestrutura no Brasil, como a Odebrecht Óleo e Gás, Queiroz Galvão e outras, liderada pelo BTG Pactual com forte atuação de fundos de pensão estatais, tendo como “suposta missão” explorar as potencialidades do pré-sal, produzindo no Brasil, sondas e plataformas de petróleo para repassar a Petrobras mediante afretamento ou leasing. Nascia naquele momento uma empresa com encomendas de mais de R$ 80 bilhões à Petrobras. Hoje, pelo que percebemos da operação lava jato, o proposito pode não ser exatamente aquele apresentado por seus mentores.… Read more »

ASSIS PEREIRA
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ASSIS PEREIRA

Pelo relato do Eng Consultor aposentado Sr. João Batista de Assis Pereira, PROFUNDO CONHECEDOR DA PETROBRAS, a nova Diretoria da ESTATAL que tomará posse na próxima terça feira, deverá tomar uma atitude que a Graça Foster não teve coragem: Rasgar e incinerar todos os 149 Comunicados, 50 sobre Condições Contratuais e 106 com Procedimentos de Execução de Construção e Montagem, celebrados pelo BARUSCO e RICARDO PESSOA, assim como refazer todos os padrões contratuais contaminados por esses nefastos acordos.