BG APURA IRREGULARIDADES EM NEGOCIAÇÕES NO PRÉ-SAL

A BG realizou um levantamento geral sobre suas operações e encontrou contratos que requerem uma maior atenção da empresa, pela possibilidade de ocorrência de pagamento de propina. Os negócios marcados com “bandeiras vermelhas” envolveram a construção e aquisição de plataformas na região do pré-sal. Os acordos foram assinados pela Petrobrás em conjunto com a Mitsui Ocean, a japonesa Modec. A participação da BG vai de 25% a 30% nas cinco principais descobertas na qual está envolvida no pré-sal.

A informação foi apurada pelo jornal Valor Econômico, que afirmou que executivos da Modec e da BG se encontraram no Rio de Janeiro para apurar as investigações sobre irregularidades nos contratos. Segundo a publicação, após confirmar pagamento de comissão, a Modec foi retirada da lista de empresas que atendem aos requisitos de governança da BG.

Em nota, a BG negou as informações, afirmando que “não solicitou que a empresa Modec respondesse qualquer questionário; não concluiu ou divulgou em nenhum momento que a Modec não atenderia aos seus critérios de governança; e não recebeu da Modec qualquer informação sobre ‘pagamento de comissões’ a funcionários da Petrobrás”.

A nota da empresa afirma ainda que as informações relativas aos processos internos de compliance são protegidas por obrigações de confidencialidade e, portanto, não podem ser comentadas.

“A BG Brasil segue os padrões globais de Governança Corporativa e de Compliance da Política de Conduta Ética do BG Group em todas as suas atividades. O documento, de conteúdo público, detalha nossos princípios e expressa nosso compromisso com a integridade nas nossas relações comerciais, parcerias e contratos firmados. Desde instalação no país, há 20 anos, a empresa trabalha estritamente de acordo com essas regras. Além disso, a BG Brasil está sujeita as regras da FCPA (Foreing Corrupt Practices Act) e do UK Bribery Act, lei britânica de combate e prevenção à corrupção”, conclui o texto.

No pré-sal, a petrolífera britânica tem sociedade com a Petrobrás em operações nos blocos BM-S-9 e BM-S-11 na Bacia de Santos, com descobertas como os campos de Lula, Guará-Sapinhoá e Iracema Sul e Norte. Como sócia da estatal brasileira, a BG participou da compra dos FPSOs Cidade de Mangaratiba, Itaguaí, Caraguatatuba, São Paulo e Angra dos Reis, tendo a Modec como fornecedora.