BIOQUEROSENE RECEBE CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA SER MISTURADO AO QUEROSENE DE ORIGEM FÓSSIL
O bioquerosene (QAV), produzido a partir da cana-de-açúcar já pode ser adicionado na proporção de até 10% ao querosene de aviação de origem fóssil, de acordo com a certificadora internacional de padrões industriais ASTM. A norma inclui o uso de farnesano (diesel de cana), como um elemento de mistura que pode ser acrescentado ao querosene usado na aviação comercial. A decisão permitirá que bioquerosenes produzidos a partir de biomassa, como o produzido pela Amyris em parceria com a Total, possam ajudar a indústria na redução de suas emissões de gases de efeito estufa.
O presidente e CEO da Amyris, John Melo (foto), disse que a norma da ASTM permite à empresa avançar nas discussões com várias das principais companhias aéreas do mundo, que planejam voos comerciais com combustíveis renováveis, reduzindo emissões ao mesmo tempo em que promovem ganhos de desempenho. O bioquerosene, por enquanto, apenas poderá ser usado para o abastecimento no exterior. Para que o consumo no Brasil seja liberado, a certificação precisa ser legitimada pela ANP, procedimento que poderá levar até 90 dias.
Para o consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, a aprovação do uso comercial de 10% de bioquerosene com o combustível convencional, representa um marco na história da aviação moderna. “Essa mistura diminuirá em cerca de 10% a emissão de gás carbônico, gerando grandes benfeitorias para a indústria aeronáutica e agregando novos benefícios para a atividade canavieira,” explicou. Ele acrescentou que os ganhos seriam maiores se a ANP já tivesse aprovado o uso comercial no Brasil.
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